Da homilia 'Porque verão a Deus', São Josemaría Escrivá de Balaguer, presbítero e fundador.
“‘Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação... Que cada
um saiba usar o seu corpo santa e honestamente, não se abandonando às paixões,
como fazem os pagãos, que não conhecem a Deus’ ( I Tes IV, 3-5). Pertencemos totalmente a Deus, de alma e corpo, com a carne e com os
ossos, com os sentidos e com as potências. Rogai-lhe com confiança: Jesus,
guarda o nosso coração! Um coração grande, forte, terno, afetuoso e delicado,
transbordante de caridade para contigo, a fim de servirmos a todas as almas.
O nosso corpo é santo, templo de Deus, precisa São
Paulo. Esta exclamação do Apóstolo traz-me à memória a chamada universal à
santidade que o Mestre dirige aos homens: Sede perfeitos como meu Pai celestial é perfeito. O Senhor pede a todos, sem discriminações de nenhum
gênero, correspondência à graça; exige de cada um, conforme a sua situação
pessoal, a prática das virtudes próprias dos filhos de Deus.
Por isso, ao
recordar-vos agora que o cristão tem que guardar uma castidade perfeita,
estou-me referindo a todos: aos solteiros, que devem ater-se a uma continência
completa; e aos casados, que vivem castamente quando cumprem as obrigações
próprias do seu estado.
Com o espírito de Deus, a castidade não se torna
um peso aborrecido e humilhante. É uma afirmação jubilosa: o querer, o domínio
de si, o vencimento próprio, não é a carne que o dá nem procede do instinto;
procede da vontade, sobretudo se está unida à Vontade do Senhor. Para sermos castos - e não somente continentes ou
honestos -, temos de submeter as paixões à razão, mas por um motivo alto, por
um impulso de Amor.
Comparo esta virtude a umas asas que nos permitem
propagar os preceitos, a doutrina de Deus, por todos os ambientes da terra, sem
temor a ficarmos enlameados. As asas
- mesmo as dessas aves majestosas que sobem mais alto que as nuvens - pesam, e
muito. Mas, se faltassem, não haveria voo. Gravai-o na vossa cabeça, decididos
a não ceder se notais a mordida da tentação, que se insinua apresentando a
pureza como um fardo insuportável. Ânimo!
Para o alto! Até o sol, à caça do Amor.”
[In: Escrivá de Balaguer, Josemaría (São). Amigos de Deus.
São Paulo: Quadrante, 2000, grifos nossos]
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