
Courage International, Inc. é um apostolado da Igreja Católica, fundado em 1980 pelo padre John F. Harvey, presente no Brasil e em outros países, que oferece apoio pastoral a homens e mulheres que sentem atração pelo mesmo sexo e que tenham escolhido viver uma vida casta. Em 28 de novembro de 2016 Courage International recebeu o status canônico na Igreja Católica de associação pública clerical de fiéis, fazendo-o o único apostolado canonicamente aprovado de sua espécie.
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quinta-feira, 14 de agosto de 2014
[Esp] Em que consiste a verdadeira felicidade da nossa vida
Atualmente é
recorrente o alarido de um discurso que diz que as pessoas homossexuais
devem dar vazão aos seus instintos intrinsecamente desordenados (cf. CIC § 2357) e praticar o pecado, alegando que elas têm direito a serem
felizes. De fato, a Igreja ensina e sempre ensinou, que todos os homens foram criados por Deus
e destinados à felicidade, no entanto, essa felicidade, a verdadeira, só encontramos realmente em Deus e nos relacionando com Ele (cf. CIC
§ 27). São Gaspar Bertoni, nos seus
escritos, fala sobre essa busca da felicidade, busca essa que está inscrita no coração de cada homem
e afirma que, alcançá-la verdadeiramente só é possível vivendo uma vida de virtudes e
união com Deus.
A verdadeira e única
alegria do coração é fim e objeto querido e agradável todos igualmente. Aos que
vivendo em perfeição seguem Cristo, e àqueles que ainda escravos da vaidade
amam o mundo. Com uma única diferença, porém, que onde os primeiros acertam a eleição
prudente dos meios, os segundos erram bisonhamente e com grande prejuízo. Qual
é, pois, o verdadeiro caminho para atingir a verdadeira alegria?
A felicidade do mundo é coisa vã
Antes, vejamos o
caminho dos mundanos. Eu penso que por juízo comum do mundo toda delícia, toda
alegria consista naqueles bens seculares já enumerados pelo salmista, isto é,
saber falar bem das coisas do século e ter aptidão para conduzi-las; arrebatar
ou comprar honrarias, e debaixo de um falso preço enriquecer; gloriar-se nos
florescentes anos da própria juventude; estimar a beleza do corpo, orná-lo,
enfeitá-lo quase como um templo; ter cheios e abarrotados os celeiros; nutrir
gordos e fecundos os rebanhos nos estábulos; as terras, os palácios bem
ordenados e bem fornecidos de tudo; nada de prantos, de luto, de gemidos, mas
no curso próspero de sua felicidade não ser perturbado por nenhuma adversidade;
estas são as alegrias do mundo: "Feliz
o povo agraciado com tais bens" (Sl 143, 9 -15).
Mas o Espírito do
Profeta sabe quanto seja falsa essa opinião de felicidade e por isso, para
desengano de todos, acrescenta logo a sua opinião: "Feliz o povo cujo Deus é o Senhor" (Sl 143, 15). Eis onde está a verdadeira fidelidade,
enfim viver segundo Deus. Esta sentença é repetida nas Escrituras.
A verdadeira felicidade consiste na virtude
“Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não
trilha o caminho dos pecadores. Feliz o homem a quem ensinais, Senhor, e
instruís em vossa lei. Felizes aqueles cuja vida é pura, e seguem a lei do
Senhor. Felizes os que caminham com pés imaculados no caminho dos mandamentos
divinos. Felizes os que confiam em Deus. Feliz o homem que teme o Senhor” (cf.
Sl 1, 1; 93, 1; 2,13; 111,1).
E assim não se
encontra nas sagradas Escrituras ser chamado de feliz quem é muito rico, quem é
resplandecente por nobreza de nascimento ou de amizades, quem é circundado de
glória, quem vive em comodidades e delícias; mas antes encontramos chamados de
felizes no Evangelho os humildes, os mansos, os que choram, que padecem
perseguições por causa da justiça (cf. Mt V, 3, 4, 5, 10). Tanto é verdade que
só a vida bem ordenada segundo a lei divina é feliz, e que só a virtude -
embora áspera e destituída de alegrias externas e de honras, mas circundada
ainda de tribulações - é agradável, contente, alegre.
A verdadeira felicidade consiste no testemunho da consciência tranquila
Se vocês olharem os
frutos de algumas árvores, são de cor e aparência indeterminadas; se vocês os
provarem são deliciosos ao paladar; porém a raiz da qual provém tanta beleza e
doçura jaz debaixo da terra feia aos olhos, muito amarga para o gosto.
Assim - diz São João
Crisóstomo - a tristeza de quem vive segundo Deus é para produzir suavíssimos
frutos de alegria. Sabem muito bem, por experiência, os que se afligiram por
algum tempo para arrepender-se das próprias faltas, e choraram com muitas
lágrimas na oração diante de Deus. Purificaram sua consciência; e quem sabe
dizer a alegria que daí provém? "Esta
é a nossa consolação, o testemunho da boa consciência" (2Cor 1, 12). E
em outro lugar a Escritura compara a alegria de uma boa consciência com um
"perpétuo festim" (Pr 15, 15).
Da consciência bem
limpa surge a boa esperança. E se os que esperam ser herdeiros de muito
dinheiro, ou de rica posse, ou de algum principado, são tão alegres na sua
esperança: quanto mais não deveria ser a alegria de uma alma que espera com bem
fundada confiança a herança de um reino eterno, celeste! Se pois esta alma
eleva os olhos para o céu, e a Fé lhe mostra as grandes honras, as sobre
humanas riquezas, as puríssimas alegrias daquela pátria feliz, a Esperança logo
no seu coração responde: E estes bens são tidos para mim, aliás são meus.
Quanto conforto! Quanto júbilo! Quanta exultação!
A verdadeira felicidade perdura também na falta de toda alegria terrena.
Se nós mantivermos bem
em ordem nossa vida, gozaremos também uma doce, tranqüila, perpétua alegria,
que nem mesmo as tribulações externas no-las poderão tirar, mas que permanecerá
sempre igual mesmo na falta de toda alegria terrena. Pois já não são as coisas
fora de nós, ou prósperas ou adversas, que nos consolam ou nos afligem, mas sim
as internas disposições do espírito.
E como quem tem o
corpo enfermo ou febricitante, quer repousem em macios leitos, ou sentem em
tronos preciosos, ou passeiem por jardins amenos, ou sentem se em mesas lautas
com músicas suaves, daí não tira alegria, mas tristeza; enquanto quem tem saúde
dorme feliz mesmo sobre duro colchão, mesmo numa mesa pobre come com sabor e
com gosto; assim também é na alma e muito mais; assim se quisesse viver alegre,
como se estivesse são, estando doente, não posso: mas posso bem curar a alma a
fim de alegrar-me. [...]
Sigamos a virtude, se
desejamos ardentemente a verdadeira alegria.
Harmonizemos bem nossa vida, e jamais nos faltará uma sólida, estável alegria, que as adversidades do mundo não nos poderão nem tirar nem diminuir. Limpemos bem a nossa consciência, e com este bom testemunho não só viveremos dias tranquilos, pacíficos, alegres, mas mesmo no terrível momento da morte - no qual a vã alegria do mundo se transforma em luto assustador - não tendo nós que temer, se robustecerá a nossa segurança, a nossa alegria será redobrada. E aos breves e felizes anos passados aqui na terra, se ajuntarão séculos eternos de total alegria na própria satisfação de Deus.
[BERTONI, Gaspar
(São). Páginas de Vida Cristã.[S.l]: Estigmatinos, 2005, p. 15-19.]
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Incrível...
ResponderExcluirSei bem o que é buscar essa felicidade, por isso que, mesmo com meu tempo sendo quase todo usado para trabalho e faculdade, não abro mão do pouco tempo que tenho para servir a Deus e me alegrar na presença dele!