CASTIDADE:
O QUE A IGREJA REALMENTE ENSINA?
A Igreja
chama à castidade a todo homem e toda mulher com atração pelo mesmo sexo, sendo
essa a primeira meta do Courage: “Viver uma vida casta de acordo com o ensinamento da Igreja
Católica Apostólica Romana acerca da homossexualidade”. Mas que ensinamento é
esse? Na opinião das pessoas, nos achismos tão frequentes das redes sociais?
Não é raro ouvirmos que castidade significa apenas não praticar a
promiscuidade, ter apenas um parceiro ou parceira e a eles ser fiel, que o que
importa é o “amor”. Essas opiniões divergentes confundem os incautos e
demonstram apenas o desconhecimento, ou mesmo a má-fé, em relação ao
ensinamento perene da Igreja Católica, transmissora das palavras de Jesus
Cristo. Mas onde encontrar esse ensinamento? No Catecismo da Igreja Católica,
cujos parágrafos mais importantes relativos ao tema transcrevemos a seguir. Não
se intimide, coragem! A Igreja é Mãe, e seu ensinamento é para o bem de nossas
almas, ainda que muitas vezes possamos, por conta de nossa natureza desregrada,
ficar feridos com a verdade. Mas, como disse Nosso Senhor, “a verdade vos
libertará”. Liberte-se, então, dos conceitos errôneos apresentados pelo mundo,
e viva plenamente essa virtude que o levará ao céu.
A VOCAÇÃO À CASTIDADE
2337. A castidade significa a
integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade interior do
homem em seu ser corporal e espiritual. A sexualidade, na qual se exprime a
pertença do homem ao mundo corporal e biológico, torna-se pessoal e verdadeiramente
humana quando é integrada na relação de pessoa a pessoa, na doação mútua
integral e temporalmente ilimitada do homem e da mulher.
A virtude da castidade comporta, portanto, a
integridade da pessoa e a integralidade da doação.
A INTEGRIDADE DA PESSOA
2338. A pessoa casta mantém a
integridade das forças vitais de amor depositadas nela. Esta integridade
garante a unidade da pessoa e se opõe a todo comportamento que venha feri-la;
não tolera nem a vida dupla nem a linguagem dupla.
2339. A castidade comporta uma aprendizagem
do domínio de si que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara
ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e
se torna infeliz. "A dignidade do homem exige que ele possa agir de acordo
com uma opção consciente e livre, isto é, movido e levado por convicção pessoal
e não por força de um impulso interno cego ou debaixo de mera coação externa. O
homem consegue esta dignidade quando, libertado de todo cativeiro das paixões,
caminha para o seu fim pela escolha livre do bem procura eficazmente os meios
aptos com diligente aplicação."
2340. Aquele que quer permanecer fiel
às promessas do Batismo e resistir às tentações empenhar-se-á em usar os meios:
o conhecimento de si, a prática de uma ascese adaptada às situações em que se
encontra, a obediência aos mandamentos divinos, a prática das virtudes morais e
a fidelidade à oração. "A castidade nos recompõe, reconduzindo-nos a esta
unidade que tínhamos perdido do quando nos dispersamos na multiplicidade."
2341. A virtude da castidade é
comandada pela virtude cardeal da temperança, que tem em vista fazer depender
da razão a paixões e os apetites da sensibilidade humana.
2342. O domínio de si mesmo é um
trabalho a longo prazo. Nunca deve ser considerado definitivamente adquirido.
Supõe um esforço a ser retomado em todas as idades da vida. O esforço
necessário pode ser mais intenso em certas épocas, por exemplo, quando se forma
a personalidade, durante a infância e a adolescência.
2343. A castidade tem leis de
crescimento. Este crescimento passa por graus, marcados pela imperfeição e
muitas vezes pelo pecado. "Dia a dia o homem virtuoso e casto se constrói
por meio de opções numerosas e livres. Assim, ele conhece, ama e realiza o bem
moral seguindo as etapas de um crescimento."
2344. A castidade representa uma tarefa
eminentemente pessoal. Mas implica também um esforço cultural, porque "o
homem desenvolve-se em todas as suas qualidades mediante a comunicação com os
outros". A castidade supõe o respeito pelos direitos da pessoa, particularmente
o de receber uma informação e uma educação que respeitem as dimensões morais e
espirituais da vida humana.
2345. A castidade é uma virtude moral.
É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual. O Espírito
Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela
água do Batismo.
A INTEGRALIDADE DA DOAÇÃO DE SI
MESMO
2346. A caridade é a forma de todas as
virtudes. Influenciada por ela, a castidade aparece como uma escola de doação
da pessoa. O domínio de si mesmo está ordenado para a doação de si mesmo. A
castidade leva aquele que a pratica a tornar-se para o próximo uma testemunha
da fidelidade e da ternura de Deus.
2347. A virtude da castidade desabrocha
na amizade. Mostra ao discípulo como seguir e imitar Aquele que nos escolheu
como seus próprios amigos, se doou totalmente a nós e nos faz Participar de sua
condição divina. A castidade é promessa de imortalidade.
A castidade se expressa principalmente na amizade
ao próximo. Desenvolvida entre pessoas do mesmo sexo ou de sexos diferentes, a amizade
representa um grande bem para todos e conduz à comunhão espiritual.
AS DIVERSAS FORMAS DE CASTIDADE
2348. Todo batizado é chamado à
castidade. O cristão "se vestiu de Cristo", modelo de toda castidade.
Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo seu
específico estado de vida. No momento do Batismo, o cristão se comprometeu a
viver sua afetividade na castidade.
2349. "A castidade há de
distinguir as pessoas de acordo com seus diferentes estados de vida: umas na
virgindade ou no celibato consagrado, maneira eminente de se dedicar mais
facilmente a Deus com um coração indiviso; outras, da maneira como a lei moral
determina, conforme forem casados ou celibatários." As pessoas casadas são
convidadas a viver a castidade conjugal; os outros praticam a castidade na
continência:
Existem três formas da virtude da castidade: a
primeira, dos esposos; a segunda, da viuvez; a terceira, da virgindade. Nós não
louvamos uma delas excluindo as outras. Nisso a disciplina da Igreja é rica.
2350. Os noivos são convidados a viver
a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do
respeito mútuo, urna aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem
ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do casamento as manifestações
de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na
castidade.
AS OFENSAS À CASTIDADE
2351. A luxúria é um desejo desordenado
ou um gozo desregrado do prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente
desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de
procriação e de união.
2352. Por masturbação se deve entender
a excitação voluntária dos órgãos genitais, a fim de conseguir um prazer
venéreo. "Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja
como o senso moral dos fiéis afirmaram sem hesitação que a masturbação é um ato
intrínseca e gravemente desordenado." Qualquer que seja o motivo, o uso
deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz
sua finalidade. Aí o prazer sexual é buscado fora da "relação sexual
exigida pela ordem moral, que realiza, no contexto de um amor verdadeiro, o
sentido integral da doação mútua e da procriação humana".
Para formar um justo juízo sobre a responsabilidade
moral dos sujeitos e orientar a ação pastoral, dever-se-á levar em conta a
imaturidade afetiva, a força dos hábitos contraídos, o estado de angústia ou
outros fatores psíquicos ou sociais que minoram ou deixam mesmo extremamente
atenuada a culpabilidade moral.
2353. A fornicação é a união carnal
fora do casamento entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à
dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem
dos esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos. Além disso, é um
escândalo grave quando há corrupção de jovens.
2354. A pornografia consiste em retirar
os atos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los
a terceiros de maneira deliberada. Ela ofende a castidade porque desnatura o
ato conjugal, doação íntima dos esposos entre si. Atenta gravemente contra a
dignidade daqueles que a praticam (atores, comerciantes, público), porque cada
um se torna para o outro objeto de um prazer rudimentar e de um proveito
ilícito, Mergulha uns e outros na ilusão de um mundo artificial. E uma falta
grave. As autoridades civis devem impedir a produção e a distribuição de
materiais pornográficos.
2355. A prostituição vai contra a
dignidade da pessoa que se prostitui, reduzida, assim, ao prazer venéreo que
dela se obtém. Aquele que paga peca gravemente contra si mesmo; viola a
castidade à qual se comprometeu em seu Batismo e mancha seu corpo, templo do Espírito
Santo. A prostituição é um flagelo social. Envolve comumente mulheres, mas
homens, crianças ou adolescentes (nestes dois últimos casos, ao pecado soma-se
um escândalo). Se é sempre gravemente pecaminoso entregar-se à prostituição, a
miséria, a chantagem e a pressão social podem atenuar a imputabilidade da
falta.
2356. O estupro designa a penetração à
força, com violência, na intimidade sexual de uma pessoa. Fere a justiça e a
caridade. O estupro lesa profundamente o direito de cada um ao respeito, à
liberdade, à integridade física e moral. Provoca um dano grave que pode marcar
a vítima por toda a vida. E sempre um ato intrinsecamente mau. Mais grave ainda
é o estupro cometido pelos pais (cf. incesto) ou educadores contra as crianças
que lhes são confiadas.
CASTIDADE E HOMOSSEXUALIDADE
2357. A homossexualidade designa as
relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou
predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de
formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica
continua amplamente inexplicada. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os
apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que "os atos
de homossexualidade são intrinsecamente desordenados". São contrários à
lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma
complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser
aprovados.
2358. Um número não negligenciável de
homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas.
Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma
provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á
para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a
realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao
sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de
sua condição.
2359. As pessoas homossexuais são
chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade
interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela
graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da
perfeição cristã.
(...)
RESUMINDO
2392. "O amor é a
vocação fundamental e originária do ser humano."
2393. Ao criar o ser
humano, homem e mulher, Deus dá a dignidade pessoal de uma maneira igual a
ambos. Cada um, homem e mulher, deve chegar a reconhecer e aceitar sua
identidade sexual.
2394. Cristo é o modelo da
castidade. Todo batizado é chamado a levar uma vida casta, cada um segundo seu
estado de vida próprio.
2395. A castidade significa
a integração da sexualidade na pessoa. Inclui a aprendizagem do domínio
pessoal.
2396. Entre os pecados
gravemente contrários à castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação,
a pornografia e as práticas homossexuais.
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