Cristo, em seu infinito Amor, morreu pensando
em cada homem e mulher que sente atração pelo mesmo sexo (AMS) que já havia
vivido, que vivia e que viveria depois de seu ato extremo de entrega pela
humanidade para a remissão dos nossos pecados. Hoje é o verdadeiro dia do amor,
do enamorado de nossa alma, em que o único que pode saciar nossa sede de afeto,
de companhia, de compreensão, nos disse: “Foi por você.” Hoje, neste dia tão
importante em que rememoramos o sacrifício do Amado Eterno, adoremos a Cristo
crucificado. Beijemos seus pés, sabendo que ele nos perdoa e sempre nos perdoará,
pois o seu sangue divino lava nossos pecados sempre que expressarmos autêntico
arrependimento por aquele não nos deixa de nos oferecer misericórdia, assim como
a sua graça para que prossigamos buscando viver a castidade, as metas de nosso
apostolado, para que cheguemos ao dia em que poderemos agradecer, face a face, Àquele
que tudo deu por nós. Coragem e confiança!
Vamos nos transportar pelo pensamento ao Calvário.
Adoremos, ali, Jesus pregado na cruz para nossa salvação, e vendo esse corpo
todo coberto de feridas, deixemos transbordar dos nossos corações a compaixão,
o reconhecimento, a contrição, o louvor e o amor.
A sexta-feira
santa, dia de amor
Percorramos com um olhar de amor o divino crucificado desde
os pés até a cabeça, desde a menor palpitação de seu coração até as suas mais
vivas emoções: tudo nos constrange a amá-lo. Tudo nos clama: Meu filho,
dá-me o teu coração. Os seus braços estendidos dizem-nos que ele nos abraça
a todos em seu amor; a sua cabeça, que não poderia repousar senão sobre os
espinhos que a cobrem, se inclina para nós, a fim de nos dar o ósculo de paz e
de reconciliação; o seu corpo, todo ferido de golpes, ergue-se pelas pulsações
do coração, que o amor move; as suas mãos, fortemente rasgadas pelo peso do
corpo; o seu rosto pisado; todas as suas veias exangues; a sua boca ressequida
pela sede; todas as chagas, finalmente, de que o seu corpo está coberto, formam
um concerto de vozes que nos calam: Vede como eu vos amei. E não podemos
penetrar no seu coração! Veríamos esse coração cuidando de cada um de nós, como
se só tivesse que amar cada um de nós, pedindo misericórdia para as nossas ingratidões,
tibiezas e culpas; solicitando para nós todos os socorros da graça que temos
recebido e eu havemos de receber; oferecendo por nós a seu Pai o seu sangue, a
sua vida, todas as suas dores interiores e exteriores; finalmente,
consumindo-se em indizíveis incêndios de amor, sem que nada o possa disso
distrair. Ó amor! Seria muito morrer de amor por tanto amor? Ó bom Jesus! Eu
vos direi com S. Bernardo: Nada me move, nada me constrange, nada me abrasa,
nada me faz vos amar como a vossa sagrada Paixão. É o que me atrai mais
suavemente a minha devoção, impressiona-me mais fortemente, une-me mais
estreitamente a vós. Oh! Quanta razão tinha S. Francisco de Sales para
dizer que o monte do Calvário e o monte do amor; que nas chagas do leão da
tribo de Judá as almas fiéis acham o mel do amor e que até no céu, depois da
bondade divina, a vossa sagrada Paixão é o motivo mais poderoso, mais doce,
mais forte, que enche de amor todos os bem-aventurados! E poderei eu, depois
disso, ó Jesus crucificado, viver outra vida senão a vida de amor para
convosco?
A sexta-feira
santa, dia de conversão
Para provar a Jesus crucificado que o amo verdadeiramente
devo me converter, isto é, fazer morrer ao pé da cruz tudo o que é do homem em
mim, todas as minhas negligências e tibiezas, todo o meu amor, próprio e
orgulho, toda essa cobiça de bem estar e de gozo, tão inimiga do que incomoda
ou desagrada, esse melindre, que se ofende de tudo; esse espírito de crítica e
maledicência, que encontra o que dizer contra tudo; essa leviandade, essa
distração e inaplicação do espírito, que não quer se entregar à meditação; essa
intemperança da língua que manifesta tudo o que o coração sente; finalmente, tudo
o que é incompatível com o amor que Jesus crucificado pede aos seus. Devemos substituir
essas más inclinações pelas sólidas virtudes que a cruz ensina: a humildade, a
mansidão, a caridade, a paciência, a abnegação. Jesus nos pede isso por todas
as suas chagas como por outras tantas línguas. Poderei eu recusar o que ele me
pede? Poderei conservar ainda as minhas inclinações, quando o vejo nu na cruz,
e não fazer da sua nudez o meu vestido, dos seus opróbrios a minha divisa, da
sua pobreza a minha riqueza, da sua confusão a minha glória, das duas dores o
meu gozo?
(Meditações para todos os dias do ano, do Padre
M. Hamon)
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