Caríssimos irmãos, a paz de Cristo!
Ave Maria
Puríssima!
Estamos
encerrando mais um ano, 2012. Desde que
começamos a trabalhar na implantação do Apostolado Coragem (Courage Apostolate) em terras
brasileiras, este foi o ano que tivemos mais desafios e também o ano que Nosso
Senhor permitiu-nos grandes vitórias.
Todos que tem
acompanhado mais de perto nosso trabalho puderam perceber que neste ano de
2012, pudemos ampliar nosso trabalho para os estados do Paraná e do Rio de
Janeiro. Tudo isso aconteceu de acordo com as nossas metas apresentadas na
nossa carta do final do ano de 2011 (disponível aqui).
No ano passado
dizíamos que estávamos avançando a passos curtos, este ano, continuamos
avançando, mas agora a passos um pouco mais largos; a caminhada ainda é longa e
existem ainda muitas pessoas que enfrentam sozinhas a luta contra a atração
pelo mesmo sexo.
ABRAÇAR A VERDADE COM AMOR
É preciso
relembrar sempre da verdade do Evangelho. Nunca Cristo nos ensinou algo
diferente disso: “Se alguém quiser vir
após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-me” (Lc
9, 23).
Somos atacados de
diversas formas por outros ‘evangelhos’ que nos querem prometer uma conformação
da atração pelo mesmo sexo com a sua prática, como se fosse possível
transformar uma conduta pecaminosa em algo lícito diante de Deus pelo simples
fato da conduta existir por muito tempo e ser difícil de ser combatida ou
porque causa sofrimento e dor.
É preciso lançar
fora a ideia de que o sofrimento é uma prova de que algo é ruim de per si.
Fugir da dor, costuma ser a experiência que muitos adotam. Pensam: ‘Se é
difícil então tornemos mais fácil’. Se agirmos assim trocamos o Evangelho de
Jesus Cristo por qualquer outra doutrina que não é a de Jesus Cristo e que não
poderá nos salvar no fim das contas. Ora, “De
que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e vir a perder a vida eterna?” (Mt
16,26).
Deus nos chamou
para que nos tornemos homens novos em Cristo e, para isso, precisamos estar
sempre dispostos a deixar-nos ser configurados a Ele, pelo sofrimento que
também foi a Sua via, pois Ele mesmo disse: “Não é o servo maior do que o seu senhor” (Jo 15,20).
É preciso
novamente abraçar a verdade com amor. A verdade é clara: as práticas
homossexuais não agradam a Deus e nem fazem parte da sua Vontade para a vida do
homem, como testemunham as Sagradas Escrituras e a Sagrada Tradição. Citando
novamente o Catecismo da Igreja Católica:
“Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que ‘os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados’. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.” (CIC § 2357)
Essa é uma
verdade dolorosa haja vista que em diversas situações no sentimos carentes,
sozinhos, desolados e cremos que seria melhor encontrar alguém para
compartilhar alguns momentos de conforto, carinho, satisfação afetiva e sexual,
mas novamente vale a pergunta: De que
vale ao homem ganhar o mundo inteiro e vir a perder a vida eterna?” (Mt
16,26).
Na luta contra a
atração pelo mesmo sexo, em muitos momentos o desânimo, o medo e a frustração
até podem ter cercado nossos corações, especialmente a solidão que é muitas
vezes companheira amarga nessa luta, mas isso seria uma prova de que a nossa
luta é vã? Não!
“Por que os
cristãos se queixam de estar sozinhos? Onde está o seu Cristo?” – nos interpela
o Cardeal Van Thuan – , que nos responde: “Ele está ao seu lado com todo seu
poder e seu amor. Ele é o Pai que anseia pelo retorno do filho perdido, que
aconselha, chama, admoesta, perdoa e ama sempre.” (Cardeal Van Thuan. O caminho
da esperança. § 234 e 237). Não foi
Ele quem disse: “Eis que estou convosco
todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20)?
Neste final de
ano, cabe um exame de consciência: estamos batalhando sozinhos, temos confiado
as nossas lutas a Cristo como nos exorta São Pedro: “Lançai sobre Ele toda a vossa preocupação, pois ele tem cuidado de vós”
(1 Pd 5,7)? "Confia sempre no teu Deus, Ele não perde batalhas",
ensinava São Josemaría Escrivá, que experimentava na sua vida essa verdade.
Cabe-nos lembrar-nos
ainda que, no plano da salvação, a dor tem uma importante função: libertar-nos
do nosso eu, dos homens e do mundo. "Os sofrimentos, – lembra-nos o padre
Richard Gräf – visam em especial à felicidade no além e dizem-nos dolorosamente
que nesta terra não somos mais do que ‘peregrinos
e estrangeiros’ (1 Pd 2, 11), que ‘não
temos aqui cidade permanente’ (Hb 13, 14).”
A dor, portanto,
não é um obstáculo, mas um aviso: quem não vencer a dor não vencerá a vida,
pois compreendê-la é compreender o verdadeiro e único sentido da própria vida.
“CAMINHAMOS NA FÉ, NÃO NA VISÃO” (II Cor
5,7)
Outro fato que
nos tem chamado bastante atenção é a desistência de muitos, porque não enxergam
mudanças concretas em suas vidas: vitórias permanentes sobre as tentações que
as assolam fortemente, paz e autocontrole contra os impulsos sexuais. Muitos
objetam que não lutam porque sabem que não conseguirão ser fieis e observam:
‘Para que vou entrar nessa luta se não conseguirei ser fiel?’
Mas, ensinam as
Escrituras na Carta de São Tiago: “E,
entretanto, não sabeis o que acontecerá amanhã! Pois que é a vossa vida? Sois
um vapor que aparece por um instante e depois se desvanece.” (Tg 4,14),
portanto, só o Senhor conhece o futuro, a nós, porém, cabe confiar que,
entregando nosso caminho a Ele, podemos contar com a sua permanente ajuda.
Não nos é permitido
conhecer o futuro, mas conhecemos Aquele que o conhece e sabemos que Ele é fiel,
e é porque Ele é fiel e cumpre as suas promessas que confiamos n’Ele. Não
percamos de vista a certeza de que Ele está conosco todos os dias (cf. Mt
28,20) e que ele nos ajuda sempre com seu braço forte.
É preciso crer! “a fé o fundamento das coisas que não se veem”
(Hb 11,1). Nossos crescimento e transformação em Cristo na luta contra a AMS
estão em marcha, resta-nos confiar para contemplar os grandes feitos do Senhor na
nossa vida.
Estejamos sempre
conscientes de que, como São Paulo, “somos
afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros,
mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não
aniquilados; por toda a parte e sempre levamos em nosso corpo o morrer de
Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo” (II Cor
4,8-10).
Assim, quando
vermos – e muitas vezes veremos - as nossas lutas do dia-a-dia como coisas
velhas das quais nos cansamos de lutar, precisamos novamente olhar com fé para
todas as realidades, pois “aquele que vive da fé – diz-nos o Beato Charles de
Foucauld – tem a alma cheia de
pensamentos novos, de gostos novos, de julgamentos novos, são horizontes novos
que se abrem diante dele, horizontes maravilhosos, iluminados por uma luz celestial e belos de beleza
divina. [...] Envolvido por essas verdades totalmente novas que o mundo nem
desconfia, ele necessariamente começa
uma vida toda nova”.
Deste modo, como
nos diz São Paulo: “Estamos sempre cheios
de confiança. Sabemos que todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe
do Senhor. Andamos na fé e não na visão. Estamos, repito, cheios de confiança,
preferindo ausentar-nos deste corpo para ir habitar junto do Senhor. É também
por isso que, vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe” (II Cor
5,6-9).
Caminhamos na fé
e não na visão; não podemos esperar para caminhar quando vemos resultados
concretos, mas precisamos caminhar ainda que não se vejam frutos. Estamos conscientes
de que não andamos sozinhos, o Senhor é conosco. Se nos esforçamos, contamos
com a Sua ajuda contínua para progredir e chegar a testemunhar como Santa
Isabel: “Eis a graça que o Senhor me fez,
quando lançou os olhos sobre mim” (Lc 1,25).
FUTURO: MESMA LUTA, NOVOS DESAFIOS.
Novamente
agradecemos tudo que o Senhor nos tem feito nesses 4 anos de trabalho pelo
Apostolado Coragem aqui no Brasil. E submetemos novamente ao Senhorio de Jesus
toda nossa atuação passada, presente e futura.
Para
o ano de 2013 continuamos na mesma trilha dos anos anteriores: continuaremos a
divulgação do Apostolado, para que seja conhecido em todo o Brasil e esperamos
conseguir a fundação de novas células pelo território brasileiro além das que
já conseguimos este ano. Para isso, contamos com o apoio dos irmãos e
apoiadores que estão conosco, seja nas células, seja acompanhados por alguém da
nossa equipe, seja acompanhando o blog, seja de outro modo qualquer, para que
falem do apostolado nas suas respectivas paróquias, com os sacerdotes, mas
também com os leigos (de modo especial, os que são líderes de movimentos e
pastorais). Além disso, continuaremos concentrando forças no estudo da doutrina
da Santa Igreja e das outras ciências, para atender àqueles e àquelas que nos pedem
ajuda.
Encerramos esta
carta fazendo votos de que o ano de 2013 seja pleno de graças e bênçãos de Deus
para todos. Que o Bom Deus conceda a todos, neste Ano da Fé, a fé na medida
necessária para confiar, a esperança para perseverar até o fim e o amor para
que acenda nos corações a chama da eterna caridade que tudo suporta, tudo crê,
tudo espera, não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade (cf. I
Cor 13,4-6).
Que a Santíssima
Virgem, em cujo seio virginal gerou o Autor da fé, Jesus Cristo Nosso Senhor,
interceda por cada um neste novo ano que se inicia.
Um abraço fraterno dos
seus irmãos em Cristo,
Juventude Coragem
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