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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

[AC] Carta aos irmãos para o início de 2013...


Caríssimos irmãos, a paz de Cristo!

Ave Maria Puríssima!

Estamos encerrando mais um ano, 2012.  Desde que começamos a trabalhar na implantação do Apostolado Coragem (Courage Apostolate) em terras brasileiras, este foi o ano que tivemos mais desafios e também o ano que Nosso Senhor permitiu-nos grandes vitórias.

Todos que tem acompanhado mais de perto nosso trabalho puderam perceber que neste ano de 2012, pudemos ampliar nosso trabalho para os estados do Paraná e do Rio de Janeiro. Tudo isso aconteceu de acordo com as nossas metas apresentadas na nossa carta do final do ano de 2011 (disponível  aqui).

No ano passado dizíamos que estávamos avançando a passos curtos, este ano, continuamos avançando, mas agora a passos um pouco mais largos; a caminhada ainda é longa e existem ainda muitas pessoas que enfrentam sozinhas a luta contra a atração pelo mesmo sexo.

ABRAÇAR A VERDADE COM AMOR

É preciso relembrar sempre da verdade do Evangelho. Nunca Cristo nos ensinou algo diferente disso: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-me” (Lc 9, 23).

Somos atacados de diversas formas por outros ‘evangelhos’ que nos querem prometer uma conformação da atração pelo mesmo sexo com a sua prática, como se fosse possível transformar uma conduta pecaminosa em algo lícito diante de Deus pelo simples fato da conduta existir por muito tempo e ser difícil de ser combatida ou porque causa sofrimento e dor.

É preciso lançar fora a ideia de que o sofrimento é uma prova de que algo é ruim de per si.  Fugir da dor, costuma ser a experiência que muitos adotam. Pensam: ‘Se é difícil então tornemos mais fácil’. Se agirmos assim trocamos o Evangelho de Jesus Cristo por qualquer outra doutrina que não é a de Jesus Cristo e que não poderá nos salvar no fim das contas. Ora, “De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e vir a perder a vida eterna?” (Mt 16,26).

Deus nos chamou para que nos tornemos homens novos em Cristo e, para isso, precisamos estar sempre dispostos a deixar-nos ser configurados a Ele, pelo sofrimento que também foi a Sua via, pois Ele mesmo disse: “Não é o servo maior do que o seu senhor” (Jo 15,20).

É preciso novamente abraçar a verdade com amor. A verdade é clara: as práticas homossexuais não agradam a Deus e nem fazem parte da sua Vontade para a vida do homem, como testemunham as Sagradas Escrituras e a Sagrada Tradição. Citando novamente o Catecismo da Igreja Católica:
“Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição sempre declarou que ‘os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados’. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados.” (CIC § 2357)
Essa é uma verdade dolorosa haja vista que em diversas situações no sentimos carentes, sozinhos, desolados e cremos que seria melhor encontrar alguém para compartilhar alguns momentos de conforto, carinho, satisfação afetiva e sexual, mas novamente vale a pergunta: De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e vir a perder a vida eterna?” (Mt 16,26).

Na luta contra a atração pelo mesmo sexo, em muitos momentos o desânimo, o medo e a frustração até podem ter cercado nossos corações, especialmente a solidão que é muitas vezes companheira amarga nessa luta, mas isso seria uma prova de que a nossa luta é vã? Não!

“Por que os cristãos se queixam de estar sozinhos? Onde está o seu Cristo?” – nos interpela o Cardeal Van Thuan – , que nos responde: “Ele está ao seu lado com todo seu poder e seu amor. Ele é o Pai que anseia pelo retorno do filho perdido, que aconselha, chama, admoesta, perdoa e ama sempre.” (Cardeal Van Thuan. O caminho da esperança. § 234 e 237). Não foi Ele quem disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20)?

Neste final de ano, cabe um exame de consciência: estamos batalhando sozinhos, temos confiado as nossas lutas a Cristo como nos exorta São Pedro: “Lançai sobre Ele toda a vossa preocupação, pois ele tem cuidado de vós” (1 Pd 5,7)? "Confia sempre no teu Deus, Ele não perde batalhas", ensinava São Josemaría Escrivá, que experimentava na sua vida essa verdade.

Cabe-nos lembrar-nos ainda que, no plano da salvação, a dor tem uma importante função: libertar-nos do nosso eu, dos homens e do mundo. "Os sofrimentos, – lembra-nos o padre Richard Gräf – visam em especial à felicidade no além e dizem-nos dolorosamente que nesta terra não somos mais do que ‘peregrinos e estrangeiros’ (1 Pd 2, 11), que ‘não temos aqui cidade permanente’ (Hb 13, 14).”

A dor, portanto, não é um obstáculo, mas um aviso: quem não vencer a dor não vencerá a vida, pois compreendê-la é compreender o verdadeiro e único sentido da própria vida.

“CAMINHAMOS NA FÉ, NÃO NA VISÃO” (II Cor 5,7)

Outro fato que nos tem chamado bastante atenção é a desistência de muitos, porque não enxergam mudanças concretas em suas vidas: vitórias permanentes sobre as tentações que as assolam fortemente, paz e autocontrole contra os impulsos sexuais. Muitos objetam que não lutam porque sabem que não conseguirão ser fieis e observam: ‘Para que vou entrar nessa luta se não conseguirei ser fiel?’

Mas, ensinam as Escrituras na Carta de São Tiago: “E, entretanto, não sabeis o que acontecerá amanhã! Pois que é a vossa vida? Sois um vapor que aparece por um instante e depois se desvanece.” (Tg 4,14), portanto, só o Senhor conhece o futuro, a nós, porém, cabe confiar que, entregando nosso caminho a Ele, podemos contar com a sua permanente ajuda.

Não nos é permitido conhecer o futuro, mas conhecemos Aquele que o conhece e sabemos que Ele é fiel, e é porque Ele é fiel e cumpre as suas promessas que confiamos n’Ele. Não percamos de vista a certeza de que Ele está conosco todos os dias (cf. Mt 28,20) e que ele nos ajuda sempre com seu braço forte.

É preciso crer! “a fé o fundamento das coisas que não se veem” (Hb 11,1). Nossos crescimento e transformação em Cristo na luta contra a AMS estão em marcha, resta-nos confiar para contemplar os grandes feitos do Senhor na nossa vida.

Estejamos sempre conscientes de que, como São Paulo, “somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; por toda a parte e sempre levamos em nosso corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo” (II Cor 4,8-10).

Assim, quando vermos – e muitas vezes veremos - as nossas lutas do dia-a-dia como coisas velhas das quais nos cansamos de lutar, precisamos novamente olhar com fé para todas as realidades, pois “aquele que vive da fé – diz-nos o Beato Charles de Foucauld –  tem a alma cheia de pensamentos novos, de gostos novos, de julgamentos novos, são horizontes novos que se abrem diante dele, horizontes maravilhosos, iluminados  por uma luz celestial e belos de beleza divina. [...] Envolvido por essas verdades totalmente novas que o mundo nem desconfia, ele necessariamente  começa uma vida toda nova”.

Deste modo, como nos diz São Paulo: “Estamos sempre cheios de confiança. Sabemos que todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor. Andamos na fé e não na visão. Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo para ir habitar junto do Senhor. É também por isso que, vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe” (II Cor 5,6-9).

Caminhamos na fé e não na visão; não podemos esperar para caminhar quando vemos resultados concretos, mas precisamos caminhar ainda que não se vejam frutos. Estamos conscientes de que não andamos sozinhos, o Senhor é conosco. Se nos esforçamos, contamos com a Sua ajuda contínua para progredir e chegar a testemunhar como Santa Isabel: “Eis a graça que o Senhor me fez, quando lançou os olhos sobre mim” (Lc 1,25).

FUTURO: MESMA LUTA, NOVOS DESAFIOS.

Novamente agradecemos tudo que o Senhor nos tem feito nesses 4 anos de trabalho pelo Apostolado Coragem aqui no Brasil. E submetemos novamente ao Senhorio de Jesus toda nossa atuação passada, presente e futura.

Para o ano de 2013 continuamos na mesma trilha dos anos anteriores: continuaremos a divulgação do Apostolado, para que seja conhecido em todo o Brasil e esperamos conseguir a fundação de novas células pelo território brasileiro além das que já conseguimos este ano. Para isso, contamos com o apoio dos irmãos e apoiadores que estão conosco, seja nas células, seja acompanhados por alguém da nossa equipe, seja acompanhando o blog, seja de outro modo qualquer, para que falem do apostolado nas suas respectivas paróquias, com os sacerdotes, mas também com os leigos (de modo especial, os que são líderes de movimentos e pastorais). Além disso, continuaremos concentrando forças no estudo da doutrina da Santa Igreja e das outras ciências, para atender àqueles e àquelas que nos pedem ajuda.

Encerramos esta carta fazendo votos de que o ano de 2013 seja pleno de graças e bênçãos de Deus para todos. Que o Bom Deus conceda a todos, neste Ano da Fé, a fé na medida necessária para confiar, a esperança para perseverar até o fim e o amor para que acenda nos corações a chama da eterna caridade que tudo suporta, tudo crê, tudo espera, não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade (cf. I Cor 13,4-6).

Que a Santíssima Virgem, em cujo seio virginal gerou o Autor da fé, Jesus Cristo Nosso Senhor, interceda por cada um neste novo ano que se inicia.

Um abraço fraterno dos seus irmãos em Cristo,

Juventude Coragem

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