A LUTA PELA CASTIDADE
São Paulo exortando-nos
à santidade pede que nos abstenhamos do vício da incontinência. Escreve: “Rogamo-vos,
irmãos, e vos suplicamos no Senhor Jesus que vos abstenhais da fornicação... Que
não vos entregueis a paixões desordenadas, como fazem os gentios que não
conhecem a Deus” (1 Ts 4, 1.5). O Apóstolo insiste sobre este preceito. Não
quer que se nomeie o vício contrário à bela virtude: “Nem sequer se mencione
entre vós” (Ef 5, 3). Eu também não pretendo falar-vos dele. A alma não gosta
de conversar acerca deste vício; porém, da virtude oposta podemos e devemos
falar sempre. Que linda virtude esta! A castidade é a virtude do nosso
coração!...
A impureza, entretanto,
é tão difusa no mundo, que Santo Afonso não duvida em afirmar: “Todos os que se
condenam é por causa deste vício ou, ao menos, com ele”. Como tentação, a
impureza não poupa ninguém: nem os maus, nem os bons que vivem em contínuo
temor de perder a castidade. Ademais, é um tormento que dura toda a vida. Em
geral, raciocina-se desta forma: “Agora sou jovem... Mas quando ficar velho, a
tentação passará.” Engano! Não passará nem mesmo com a idade avançada; é um
temor que levareis até à sepultura.
(...)
Falo desta forma para
vos consolar e ajudar a vencerdes as tentações. A maioria das almas piedosas
sofre este gênero de tentação. É um tormento que Nosso Senhor permite para
conservá-las na humildade e purifica-las. Nem os santos foram poupados desta
luta, com a exceção de São Luís e poucos outros, por privilégio especial. São
José de Copertino fazia milagres e mais milagres; no entanto, sofria terríveis
tentações. Santa Catarina de Sena, provando certa vez violenta tentação, pedia
a Nosso Senhor que a livrasse, mas Jesus fazia ouvidos moucos... Por fim, ele
lhe apareceu e disse: “Não sabes que eu estava no teu coração e te assistia?
Queria ver como lutavas; fizeste muitos atos de virtude”.
Não desanimeis,
portanto se sois tentados. Tentação é uma coisa, pecado é outra. Pode-se passar
sucessivamente dias, meses, anos e a vida inteira sem cair. Eis a tática usada
pelos santos. De manhã diziam: “cuidemos de viver bem somente hoje.” No fim do
dia acrescentavam: “Muito obrigado Senhor, por não ter caído; amanhã ajudai-me
de novo!” Desta forma dia após dia, chegavam ao fim da vida e podiam exclamar: “Muito
obrigado, meu Deus, por ter conservado esta bela “virtude!”
Estes tormentos
imprimem certo desgosto na vida, desapegam-nos deste pobre mundo e nos fazem
desejar a morte que nos livra do perigo de ofender a Deus. São Luís não podia
mais merecer neste ponto; nós, sim, porque usando os meios necessários,
combatemos e vencemos. Além disso, estas torturas espirituais nos purificam. O
ouro é purificado no fogo e Nosso Senhor nos aperfeiçoa através destas
fragilidades. Se for para o nosso bem, livrar-nos-á delas; mas, por ora, ele
nos quer purificar por intermédio do combate.
(A vida espiritual, do Beato José Allamano)
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