Courage International, Inc. é um apostolado da Igreja Católica, fundado em 1980 pelo padre John F. Harvey, presente no Brasil e em outros países, que oferece apoio pastoral a homens e mulheres que sentem atração pelo mesmo sexo e que tenham escolhido viver uma vida casta. Em 28 de novembro de 2016 Courage International recebeu o status canônico na Igreja Católica de associação pública clerical de fiéis, fazendo-o o único apostolado canonicamente aprovado de sua espécie.
Páginas
domingo, 29 de novembro de 2020
[Esp] Tempo do Advento
O santo tempo em que estamos é consagrado, segundo os desígnios da Igreja, a fazer-nos meditar as três
grandes vindas do Salvador à terra: a primeira na humildade do presépio, para
nos salvar; a segunda no esplendor da glória, no último dia, para nos julgar; a
terceira ao âmago dos nossos corações pela sua graça, para nos santificar.
Depois dessas três considerações tomaremos a resolução: 1 – de entrar em uma
nova vida de contemplação e de oração, própria do tempo do Advento; 2 – de ter
um especial cuidado na perfeição de cada uma das nossas ações comuns, o que
será o melhor modo de santificar este tempo. O nosso ramalhete espiritual será
a palavra de S. Paulo: Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia
da salvação (II Cor. 6, 2).
Adoremos o Espírito de Deus
inspirando à Igreja a instituição do Advento para nos preparar para a festa do
Natal, de que todo este tempo é como que a vigília, diz S. Carlos; vigília,
observa este santo Cardeal, que não deve parecer muito longa a quem aprecia a
excelência da festa para que nos prepara. É com este intuito que a Santa Igreja
invoca o céu, dizendo: Enviai, Senhor, a vossa graça a fim de dispor os nossos
corações; e que nos diz na seguinte epístola de S. Paulo: É já a hora de vos
levantardes do sono, porque está perto o nascimento do Salvador (Rom. 13, 11).
É com este mesmo intuito que ela substitui as vestiduras de festa pelas de
penitência, as suas orações ordinárias por orações especiais e mais longas; e
que, onde pode, chama para os seus púlpitos pregadores extraordinários, que
mais facilmente movam os corações. Entremos de todo o nosso coração no espírito
da Igreja durante este santo tempo.
É da parte da Igreja uma
profunda sabedoria não nos conduzir de repente ao presépio de Belém, mas nos
mostrar de alguma maneira com o dedo um mês antes, para nos dizer: Preparai-vos
a sairdes ao encontro do Divino Menino (Is. 11, 3). Refleti seriamente neste
grande mistério que, depois de estar estado oculto nove meses no seio de Maria,
vai oferecer-se à devoção do mundo no dia de Natal. Preparai-lhe no vosso
coração, pela meditação, uma fé mais viva nas suas perfeições, uma profunda
devoção para com a sua majestade abatida, um amor reconhecido para com a sua
caridade de tão alto descida tão baixo, uma verdadeira humildade para louvar as
suas humilhações, uma brandura de caráter e de palavras em relação com a sua
incomparável benignidade, um espírito de penitência e de contemplação, que não
contraste com a austeridade do presépio e com as santas ocupações do Divino
Menino. Se não preparardes assim os vossos corações por uma séria meditação do
mistério do Verbo Encarnado, perdereis as graças anexas a esta solenidade.
Evitemos semelhante desgraça, começando desde hoje a nos ocupar deste mistério
e entrando em nova vida.
Sem dúvida, devemos nos lembrar
todos os dias da nossa vida deste grande juízo que há de terminar o mundo, e
dizer conosco a cada ação: Depois disto o juízo (Hb 9, 27). Todavia a Igreja,
julgando este pensamento eminentemente útil para nos incutir os sentimentos de
fervor próprios do santo tempo do Advento, convida-nos a meditar nele com a
narração do juízo final, que nos faz ler no Evangelho. É dever nosso nos
conformar com a sua intenção, crer com viva fé neste grande dia, tão consolador
para os bons, que nele receberão a recompensa das suas virtudes, tão terrível
para os pecadores, que nele receberão o castigo dos seus erros; e ouvir, como
S. Jerônimo, a voz da trombeta que a ele nos chamará. Tomara que esta voz
retumbe no fundo do nosso coração durante todo este santo tempo para nos fazer
tremer diante só da aparência do mal, e nos ensinar a praticar tudo o que é
bem.
É porque esta vinda é o meio
especial pelo qual se comunicam à alma as graças do mistério do Natal. Jesus
Cristo, nesta grande festa, não nasce corporalmente como em Belém, mas nasce
espiritualmente pela sua graça nas almas bem dispostas. Vive nelas pelo seu
espírito, e pelos sentimentos que nos inspira, pela sua humildade, sua
mansidão, sua caridade, e por todas as virtudes que nos comunica. Ó vida de
Jesus em nós, quão necessária sois para nós! Só vós, ó meu Deus, podeis
restituir à nossa alma desfigurada pelo pecado a sua primeira beleza; só vós
sois a nossa salvação, a nossa força, a nossa consolação; sem vós, a nossa
pobre alma perece como a planta sem água. Nós somos enfermos que não podemos ser
curados senão por vós; homens caídos que não podemos ser levantados senão por
vós. Mostrai-nos os vossos divinos atrativos, que enlevam as almas; e cativados
dos vossos encantos, recobraremos a flor perdida da nossa inocência. Obtemos
este nascimento e esta vida da graça em nós: 1º - à força de orações
fervorosas, inspiradas pelo sentimento da necessidade que dela temos; 2º - à
força de vigilância para ouvir a graça que não pede senão para falar-nos; 3º -
à força de generosidade para lhe obedecer, e de abandono simples e cheio de
amor ao seu procedimento. São estas as nossas disposições?
(extraído das Meditações para todos os dias do ano, do Padre M. Hamon)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Meu Deus que lindo!!!
ResponderExcluir