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quarta-feira, 1 de junho de 2016

[FH] Não se deixe vencer pela solidão

Esta é uma carta direcionada a todos os que sofrem sozinhos com seu combate contra as tendências homossexuais, na luta pela castidade cristã.

Você que lê esta carta provavelmente está ciente que a solidão assola os corações daqueles que sentem atrações pelo mesmo sexo. Você também sabe que não se trata aqui de recolhimento, de interiorização, de preces feitas no silêncio. Não. Trata-se de um isolamento, que afasta tudo e todos, mantendo-os longe, para que nada agrave as feridas do coração, nem que ninguém venha a descobrir o que se passa. Na solidão, um segredo é guardado a sete chaves, envolto por uma muralha de sorrisos, piadas, desconversas e gestos de descontração. Quando é perguntado, diz "tudo bem", mas, no fundo, deseja muito poder partilhar com outra pessoa a dor que é sua. Deseja ter amigos e amigas, irmãos e irmãs.


Se você sabe bem o que é tudo isso, certamente é porque você passou ou  está passando por essa situação, e esta carta é para você.


A Palavra de Deus nos ensina que: "Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro" (Eclo VI,14). Essa passagem fala sobre a amizade, um tema que toca a todos profundamente. Aquele que vive na solidão sofre por não ter perto de si alguém com quem dividir suas dificuldades, dúvidas e, além disso, sonhos, planos e expectativas. Porém, aqui não falamos propriamente àquele que vive na solidão, mas àquele que vive na solidão por causa de sua luta na sexualidade, para enfrentar as atrações pelo mesmo sexo. Nesse caso, a solidão é agravada pelo medo da decepção e da humilhação. Vários pensamentos passam pela cabeça : “Se descobrirem, deixarão de me amar” ou, então, “Não posso deixar que desconfiem, senão farão piadas comigo”.


Tendo essas coisas em mente, podemos aprender muito com o trecho tirado do Livro do Eclesiástico. Por exemplo, aprendemos que a amizade nos oferece proteção quando nela existe fidelidade e, no final das contas, é isso o que desejamos: alguma amizade na qual nós confiemos nos nossos amigos, tendo a certeza de que eles estão sempre por perto para nos amparar nos momentos difíceis e para encorajar nossos bons propósitos (de sermos pessoas melhores, mais santas e mais próximas de Deus). Nesse tipo de amizade, há fidelidade porque há confiança e porque há mútua cumplicidade em lutar pelo bem um do outro (não permitindo jamais que o outro seja exposto à destruição) e, por isso, ali encontramos proteção.


Por essa razão, quando falamos de “amigo fiel”, não tratamos de qualquer afeição, mas daquela relação de confiança e de fidelidade gratuitas e inabaláveis, relação que, uma vez alicerçada na busca sincera e pura da vontade de Deus, permite um mútuo encorajamento para a prática do que é reto aos olhos de Deus e, assim, uma verdadeira proteção contra os vícios que ameaçam a todo momento a nossa integridade física, emocional e espiritual.


Contudo, acima de qualquer relação humana, você e todos nós somos chamados a encontrar primeiro em Deus essa amizade e proteção. Pois, mesmo na nossa infidelidade, Deus permanece fiel e não pode desdizer-se (II Tm 2 , 13b). Nesse sentido, a nossa oração deve ser como uma conversa entre amigos: tudo narramos a Deus, confiando-Lhe nossos problemas, esperanças, fragilidades, sonhos e contando sempre com a Sua ajuda e apoio certos.

A busca por essa comunhão com Deus, além de ser feita pela oração e pelo recebimento dos sacramentos, também pode ser procurada pelo apoio de certas pessoas. Sozinhos, muitos de nós sofrem sentindo-se sufocados por manter segredo sobre sua condição. Nesse caso, é bom buscar sacerdotes ou pessoas de fé que sejam respeitados por seu bom testemunho e que tenham disponibilidade de conversar regularmente. Algum deles poderá ser o seu diretor espiritual. Uma vez que seja escolhido o diretor espiritual, deve-se tê-lo como amigo, catequista, irmão e confidente. Ele será aquele que, ouvindo o que se passa na sua vida, oferece apoio e dá direção, para que você se aproxime cada vez mais de Deus.

O coração que está em Deus, também é chamado a amar o próximo. Isso é pedido por Jesus e, seguindo-o, também São Paulo e São Pedro ensinam:



 
Jo 13,34: “Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.”

Rm 12,10: "Amai-vos mutuamente com afeição terna e fraternal. Adiantai-vos em honrar uns aos outros".

I Pd 1,22: “Em obediência à verdade, tendes purificado as vossas almas para praticardes um amor fraterno sincero. Amai-vos, pois, uns aos outros, ardentemente e do fundo do coração.”

Amar o próximo é algo a ser feito no dia-a-dia, em todos os lugares onde estivermos. Mas também é algo que pode ser feito na participação das atividades realizadas em nossas paróquias (eventos, pastorais e outros movimentos). Ali é possível fomentar várias amizades, além da vida em comunidade. Com o tempo, algumas amizades se tornam mais fortes e se mostram fontes de virtudes. No cultivo dessas amizades, somos todos encorajados a viver segundo a vontade de Deus.

É entendendo a importância das castas amizades, que o Courage apresenta como duas de suas metas o seguinte:
(3) Cultivar um espírito de companheirismo no qual todos podem partilhar seus pensamentos e experiências e, assim, assegurar que ninguém venha a enfrentar sozinho os problemas da homossexualidade;
(4) Ter em mente as seguintes verdades: que as castas amizades não são apenas possíveis como também necessárias na vivência da castidade cristã e que, no seu cultivo, elas oferecem um mútuo encorajamento.
Por isso, fica esta mensagem para você. Não se deixe vencer pela solidão. O Bom Deus não deseja que você passe por essa luta na solidão. Busque encontrar em Deus, mais do que o Senhor do Céu e da Terra, aquele que acompanha cada um dos passos da sua vida, um verdadeiro amigo, um amigo fiel. Busque ajuda, tanto espiritual, como psicológica (se preciso). E busque participar das atividades da sua paróquia ou comunidade, como de todas as atividades que permitirem o cultivo de castas amizades. Certamente, com um passo de cada vez, você superará a solidão e encontrará verdadeira alegria na vivência do amor a Deus e ao próximo.

Coragem!

Nos Corações de Jesus e Maria

Seus irmãos do

Courage Brasil

11 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Parabéns pelo trabalho!
    Tenho seguido o blog Courage Latino e agora fico feliz por termos entre nós esse trabalho maravilhoso. Tenho 53 anos e sofri muito com a tendencia homossexual, já há 15 anos vivo a liberdade de filho muito amado de Deus e posso dizer a todos: é possível, basta querer e deixar Deus agir...coragem!

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  3. Lindas e oportunas palavras. Acrescento ainda que não se deve perder a esperança em dias melhores. Na vida de cada pessoa que ama a verdade, e por isso procura servir antes a Deus que a seus apetites, Deus mesmo, na hora certa, se encarregará de suscitar as pessoas certas, às vezes as mais improváveis, para ser o amparo, o socorro de que necessitam no percurso da vida, (e eventualmente, por que não? No itinerário da cura). A caridade que Deus inspira em ambas as partes ultrapassa todos os limites imagináveis humanamente, e mais: ela serve com paciência, zelo e alegria.

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    1. Obrigado pelas palavras! Sempre lembrando, como disse Nossa Senhora a Santa Bernadete, que a promessa é de felicidade não neste mundo, mas no próximo. Felizes aqueles que carregam suas cruzes com alegria, por mais pesadas que sejam, pois Deus nunca deixa de nos dar o amparo necessário. E nesse carregar da cruz temos de contar com os Cireneus que Deus nos apresenta, Cireneus esses que muitas vezes recusamos por querermos fazer apenas a nossa vontade, e não a Dele. Confiança e coragem!

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  4. Belíssimo texto... veio ao encontro de minha realidade, realmente a muitas coisas difíceis de ser ausperadas sozinhas, e a confiança que depositamos em um amigo e extremamente essencial.
    Obrigado COURAGE...

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  5. Gostei bastante do texto, e me identifico muito com ele. É bem ruim não ter com quem compartilhar esse sentimento.
    Parabéns ao Apostolado!

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    1. É horrível.
      Não ter com quem compartilhar o que sente é sem dúvida uma dor tamanha. Dói na alma, o que resta como diz o texto é a solidão. Que serve muitas vezes como companhia para não cair no pecado

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  6. Sinto exatamente isso. Ja procurei ajuda com meu paroco mas não encontrei nele um amigo, um confidente. Gostaria de viver uma amizade casta, uma amizade verdadeira

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    1. Escreva para a gente, quem sabe não podemos ajudar. Coragem!

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    2. Eu já escrevi estou aguardando.

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