“Temos a
convicção de que uma vida casta
é parte da boa nova de Jesus Cristo?”,
perguntou o Padre Check.

por Joan Desmond
[A seguinte entrevista foi publicada, originalmente, logo após a revelação do relatório preliminar do Sínodo Extraordinário para a família, e se encontra na página do National Catholic Register]
O relatório preliminar do Sínodo Extraordinário
para a Família provocou uma tempestade de fogo, e alguns padres do Sínodo já
criticaram o documento, observando que ele, no entanto, não é definitivo. O
foco da atenção está sobre um parágrafo referente ao alcance da Igreja sobre as
pessoas com atração pelo mesmo sexo:
50. Os homossexuais têm dons e qualidades a
oferecer à comunidade cristã: somos nós capazes de acolher essas pessoas,
garantindo-lhes um espaço fraterno em nossas comunidades? Elas, frequentemente,
desejam encontrar uma Igreja que lhes ofereça um lar acolhedor. São nossas
comunidades capazes de lhes prover isso, aceitando e valorizando sua orientação
sexual, sem comprometer a doutrina católica sobre a família e o matrimônio?
Neste momento o padre Paul Check, que
coordena o apostolado Courage International, que auxilia católicos com atração
pelo mesmo sexo a viver de acordo com os ensinamentos católicos sobre a
castidade, expressou sua preocupação relativa a essa passagem do relatório.
Ele, durante uma entrevista realizada hoje, disse que os membros do Courage
estão preocupados e confusos sobre a mensagem do Sínodo:
Estou muito
preocupado com as pessoas que fazem parte do apostolado Courage. Elas crêem que
aquilo que a Igreja ensina sobre a homossexualidade é verdade. Elas, com a
graça de Deus, lutam para viver esse ensinamento, no meio de apelos diversos –
incluindo o de suas próprias famílias – dizendo-lhes para viver de outra
maneira e achar um parceiro.
Elas olham para a
linguagem desse discurso desapontadas, preocupadas e com alguma dor. Elas
contam com a voz da Igreja para mantê-las fortes e assegurar-lhes que as
escolhas que fizeram são verdadeiras. A Igreja lhes dá a força para perseverar.
Também penso nos pais
quem fazem parte do Courage e em sua luta para acreditar que aquilo que a
Igreja ensina é verdadeiro, isso quando há tantos outros discursos, tanto no
Legislativo quanto no Judiciário, que querem normalizar as uniões entre pessoas
do mesmo sexo.
Padre Check aplaudiu o desejo dos
padres do Sínodo de alcançar os católicos com atração pelo mesmo sexo. Ele
observou, no entanto, que Jesus modelou a maneira de engajar as pessoas que
estão às margens sem deixar parecer, no entanto, que deixava de lado a realidade dos apegos
pecaminosos.
Nosso Senhor falava com
clareza, e falava com um profundo conhecimento da condição humana: a
fragilidade à qual nós somos propensos, assim como também o somos à nobreza.
Não é uma sentença alternativa – ou você tem uma doutrina estéril e um
ensinamento severo ou então você acolhe as pessoas como elas próprias se compreendem,
como elas querem ser e viver.
Nosso Senhor disse, “A
verdade vos libertará. Por essa razão eu nasci e vim ao mundo, para dar
testemunho da verdade”. Ele é o Logos e o Ágape. Em Cristo, não há conflito
entre a verdade e a caridade.
Há uma perda na
confiança de que a verdade revelada, compreensível e cognoscível pela razão
humana, possa ser vivida e que ela conduz à plenitude.
Quando eu li a
declaração [do Sínodo], uma coisa que veio à minha cabeça foi fazer a seguinte
pergunta: “Temos a convicção de que uma vida casta é parte da boa nova de Jesus
Cristo, pouco importando nosso estado de vida?”
Não fazemos justiça a
ninguém deixando que as pessoas permaneçam num estilo de vida pecaminoso, pois
o apelo para a conversão não ignora as condições nas quais alguém está vivendo.
Veja o exemplo de
Jesus em João, 4, quando ele fala à mulher junto ao poço. Ele a traz para uma
conversa e constrói um tipo de relacionamento com ela. Ele transmite a ela a
certeza de que ela é pessoalmente importante para ele. Cristo está sempre
convidando as pessoas, individualmente, a vir e viver a plenitude da fé na
verdade.
Perguntei ao Padre Check o que ele
esperava que os padres do Sínodo fariam para esclarecer algumas questões.
Penso que seria
maravilhoso se nós pudéssemos obter da Santa Sé uma confirmação de que o
ensinamento da Igreja, no que se refere à castidade, é seguro e será sempre
seguro porque ele é fundamentado na imutável natureza humana, a qual ela mesma
é criada à imagem e semelhança da imutável essência divina. A antropologia
cristã não pode mudar porque Deus não pode mudar.
A inclinação homossexual
não é algo a ser adotado por si, pois, como a Igreja já disse, ela é uma
inclinação, mais ou menos, direcionada a uma ação gravemente contrária à
castidade. Logicamente, não faz sentido louvar ou sugerir que a inclinação em
si mesma é boa. Não é lógico dizer que uma inclinação voltada para um pecado
grave é boa.
Padre Check convidou os padres do
Sínodo para assistir a um filme recente lançado pelo Courage, que apresenta
histórias profundamente envolventes de três católicos que lidam com a atração
pelo mesmo sexo à luz do ensinamento católico relativo à castidade.
Quando eu estava me
preparando para suceder o Padre Harvey, que liderou antes de mim o Courage, ele
me disse que nossos membros eram os nossos melhores embaixadores. Eles nos
demonstram que é possível e que é bom abraçar o ensinamento da Igreja. Isso não
significa dizer que, tão logo eles se tornaram membros do Courage, seus desejos
desapareceram. No entanto, eles encontraram consolo, força e conforto na
verdade.
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