Courage International, Inc. é um apostolado da Igreja Católica, fundado em 1980 pelo padre John F. Harvey, presente no Brasil e em outros países, que oferece apoio pastoral a homens e mulheres que sentem atração pelo mesmo sexo e que tenham escolhido viver uma vida casta. Em 28 de novembro de 2016 Courage International recebeu o status canônico na Igreja Católica de associação pública clerical de fiéis, fazendo-o o único apostolado canonicamente aprovado de sua espécie.
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
[Esp] A importância da Quaresma e o que fazer durante esse tempo
A Quaresma é tempo de
santificação, e devemos tomar tomar resoluções firmes e objetivas de como santificar esse
tempo. Mas quais resoluções tomar? Nada melhor do que resolvermos resguardar
melhor o nosso coração e os nossos sentidos do pecado e da distração, bem como
tratarmos, durante esse tempo, da reforma do defeito que mais nos importa
corrigir. Como diz São Paulo: Agora é o
tempo favorável, agora é o dia da salvação (II Cor 6, 2).
Devemos, nessa época, nos
transportar em pensamento ao deserto, onde Jesus passou quarenta dias e
quarenta noites. Contemplemos Nosso Senhor humilhado diante da majestade de
Deus seu Pai, prostrado de joelhos, muitas vezes até com o rosto em terra,
derretendo-se, ora em adorações, louvores, ações de graças, ora em súplicas
para obter de seu Pai misericórdia em favor de nós, pobres pecadores. Ele juntava
a essas súplicas, ainda, feitas com lágrimas nos olhos, uma incomparável
mortificação, visto que durante esses quarenta dias não bebe nem come, não tem
outra cama senão as pedras e a terra nua, não tem outro teto senão o céu.
Tributemos a Jesus no deserto toda a nossa adoração e admiração, todo o nosso
reconhecimento e amor.
Santidade
do tempo quaresmal
Nosso Senhor nos ensina com o
seu próprio exemplo. Ainda que a sua vida tenha sido sempre eminentemente
santa, ela dá a ela, durante esses quarenta dias, um caráter exterior de
santidade inteiramente especial. De que forma?
Tempo
de recolhimento: Ele passa esses dias no retiro, ou seja, ele
quer que nós passemos também esses dias com um santo recolhimento de espírito,
condição necessária para ouvir a Deus no íntimo do coração, estuda-lo e
conhece-lo, ama-lo e goza-lo. Ao mesmo tempo, devemos ter um espírito de
reflexão, condição não menos necessária para conhecermos a nós mesmos e nos
emendarmos.
Tempo
de oração: Jesus passa esse tempo em oração para nos dizer que
sejamos mais fiéis e exatos em nossos exercícios de piedade, para que rezemos
mais e com mais fervor.
Tempo
de mortificação: Nosso Senhor se sujeita, durante esse tempo,
à mortificação mais rigorosa para nos dar a entender que é preciso, durante a
Quaresma, conceder menos à sensualidade, ao gosto, ao prazer, aceitar as
privações impostas pela Igreja e fazer verdadeira penitência.
É dessa forma que Jesus, com
seu exemplo, nos ensina a santidade do tempo quaresmal. Esse ensino é
confirmado pelo da Igreja. Qual não seria a razão de haver pregações mais
frequentes, exercícios religiosos mais multiplicados? Para que são essas
privações prescritas, senão para nos dizer que devemos santificar esses dias
pela penitência? Abençoada seja a Igreja por esse ensino! No decurso de nossa
vida esquecemos tão facilmente a penitência! Temos grande necessidade de sermos
chamados cada ano a fazê-la, pois a penitência nos é indispensável, seja para
expiar os nossos pecados passados, seja para evitar as recaídas a que a nossa
fragilidade nos arrastaria infalivelmente.
A todos esses ensinos sobre a
obrigação de passar santamente a Quaresma é acrescida uma razão poderosa,
tirada dos santos mistérios da Paixão e da Ressureição de Nosso Senhor Jesus
Cristo, aos quais a Quaresma serve de preparação. Porque o fruto desses
mistérios deve ser morrermos para nós mesmos, e nascermos para uma vida nova
toda em Deus e para Deus. Ora, esses mistérios não produzirão esses frutos em
nós mesmos senão santificando verdadeiramente a Quaresma. Receberemos a
plenitude das graças dos mistérios da Paixão e da Ressurreição se chegarmos bem
dispostos ao fim da Quaresma. No entanto, sucederá o contrário se tivermos a
desgraça de passar esses dias tão santos na distração, na irreflexão e na
tibieza. Compreendamos, dessa forma, a santidade desse tempo e a necessidade de
o passar melhor que os outros tempos do ano.
Meios
de santificar a Quaresma
Primeiro:
Devemos
cuidar de aperfeiçoar as nossas obras costumeiras, e isso porque nisso consiste
toda a santidade, ou seja, que devemos, durante esses santos dias, fazer melhor
as nossas orações e os nossos exercícios espirituais, empregar melhor o nosso
tempo, vigiar melhor as nossas palavras, dar a cada uma das nossas obras uma perfeição
maior, e oferece-las a Deus unidas à penitência de Jesus no deserto, em
expiação dos nossos pecados e dos pecados de toda a Terra.
Segundo:
Devemos
guardar o jejum e a abstinência que a Igreja prescreve, e se não podemos ou
estamos dispensados deles, devemos supri-los com a mortificação interior,
fazendo jejuar a vontade por espírito de obediência e condescendência, freando
nosso gênio por uma brandura constante, nossa língua pelo silêncio ou pela
discrição nas palavras, nossa boca pela privação de certos deleites de nenhum
modo necessários, nossos olhos pela retenção das vistas (evitando a curiosidade),
todo o nosso corpo pela modéstia de nosso porte e de nosso andar, todo o nosso
interior pela supressão dos pensamentos inúteis, dos devaneios, dos desejos
infinitos pelos quais o coração se deixa levar se não se contém. Essas
mortificações não fazem mal nem à cabeça nem ao corpo. Fazem, na verdade, um
grande bem à alma.
Terceiro:
Devemos
aceitar, de boa vontade, as tribulações que Deus nos envia, tais como as
enfermidades, tolerar os gênios das pessoas, seus defeitos e suas vontades
contrárias à nossa.
Quarto:
Finalmente,
devemos nos fixar em um defeito particular, cuja reforma perseguiremos durante
toda a Quaresma. É este, diz São João
Crisóstomo, o melhor de todos os jejuns,
porque os seus frutos duram não só todo o ano, mas até na eternidade.
Estamos nós bem resolvidos a
abraçar esses diversos gêneros de mortificação? Peçamos ao Divino Espírito de
iluminar nossas inteligências e tomarmos nossas resoluções de Quaresma o quanto
antes. Façamos boas leituras, meditemos na Paixão do Senhor e roguemos à Mãe de
Misericórdia, Maria Santíssima, o ânimo para nos decidirmos e prosseguirmos em
nossos bons objetivos.
(adaptado da meditação para o sábado depois das Cinzas, do livro Meditações para todos os dias do ano, do Pe. M. Hamon)
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Olá, Deus abençoe vocês. Gostaria de saber mais sobre o jejum. Como devemos fazer e com que frequência? O que a igreja diz sobre isso? Obrigado.
ResponderExcluirSalve Maria!
ExcluirO Padre Paulo Ricardo tem ótima observações quanto ao jejum neste link: https://padrepauloricardo.org/blog/rasgai-os-coracoes-e-nao-os-estomagos .
Há também um livro muito bom, da Editora Quadrante, que se chama "Por que mortificar-se? O valor do sacrifício", de Luiz Fernando Cintra. Antes de saber sobre o jejum, é bom estar bem informado do valor e da necessidade de qualquer mortificação.
Esperamos que essas indicações ajudem a você. Deus abençoe!