Courage International, Inc. é um apostolado da Igreja Católica, fundado em 1980 pelo padre John F. Harvey, presente no Brasil e em outros países, que oferece apoio pastoral a homens e mulheres que sentem atração pelo mesmo sexo e que tenham escolhido viver uma vida casta. Em 28 de novembro de 2016 Courage International recebeu o status canônico na Igreja Católica de associação pública clerical de fiéis, fazendo-o o único apostolado canonicamente aprovado de sua espécie.
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sábado, 23 de abril de 2016
[Esp] Como deixar o vício da masturbação?
Estimado
Padre, o que pode fazer um jovem para deixar o vício da masturbação?
Sua consulta pode ser
extensiva a todo tipo de vício contra a castidade. A resposta se enquadra nas
normas próprias para conservar a castidade (ou para recuperá-la depois de havê-la
perdido).
Os meios se dividem em
naturais e sobrenaturais (alguns dos
meios que indicarei são assinalados pelo Papa Pio XII em sua formosa Encíclica
Sacra Virginitas, nn. 34-35).
1º
Manter-se perfeitamente tranquilo diante das tentações.
“Sentir a tentação não
significa consentir a ela”. Terá que ter uma consciência clara a respeito; em
nada ajuda uma consciência escrupulosa, assim como tampouco o faz uma
consciência surda à voz divina que soa dentro dela. Junto com isto terá que ter
a segurança de que toda tentação pode ser vencida.
2º
Vigiar e fazer penitência
A vigilância é absolutamente
necessária em todos os momentos e circunstâncias de nossa vida, porque – como diz
São Paulo – “os desejos da carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne”
(Gl. 5, 17). Pio XII escreve: “Se algum fosse indulgente, ainda em coisas
mínimas, com as seduções do corpo, facilmente se sentirá miserável para aquelas
obras da carne que o enumera o
Apóstolo (cf. Gal 5, 19-21)” (Cf. Sacra
Virginitas, n. 35).
É necessário velar sobre os
movimentos das paixões e dos sentidos, “refreá-los com uma vida austera e com
penitências corporais – diz Pio XII no mesmo lugar – para submetê-los à reta
razão e à lei de Deus: “Os que são de
Jesus Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências (Gl 5,
24)”. Todos os Santos vigiaram seus sentidos e paixões. Até quem não pode, por
alguma razão, fazer penitência corporal, ao menos não pode desculpar-se de estar
alerta e de fazer mortificação interior.
3º
Apartar-se do perigo
Um dos conselhos mais sábios
que nos têm legado os Santos é que “é mais fácil superar as seduções das
paixões fugindo delas que combatendo-as de frente”. “Fujo para não ser vencido”,
dizia São Jerônimo (Contra vigilante.,
16; ML 23, 352). No que consiste esta fuga? Em evitar diligentemente a
ocasião de pecar e, principalmente, em elevar a alma às coisas divinas durante
as tentações, fixando a vista em Cristo virgem.
É verdade que não podemos “sair
do mundo” fisicamente. Mas não devemos estar nele com o coração e os sentidos.
Ninguém pode manter a pureza se não começar por evitar os olhares,
conversações, pensamentos, não só impuros, mas também, inclusive, turvos. Por
quê? Porque está escrito quem ama o
perigo nele perecerá (Eclo 3, 27). E Santo Agostinho: “Não me diga que tem a
alma pura, se tiver os olhos impuros; porque o olho impuro é mensageiro de um
coração impuro” (Epist. 211, n. 10; ML
33, 961).
4º
Cultivar o pudor
O meio mais efetivo para
defender a castidade é educar e fomentar o “pudor”. Pio XII chama este
sentimento “a prudência da castidade” (Sacra
Virginitas, n. 40). “A pureza exige o pudor”, diz o Catecismo (Catecismo da Igreja Catolica, n. 2521).
O pudor é parte integrante da moderação; não é uma virtude propriamente dita,
senão um sentimento louvável que constitui os alicerces da virtude. Consiste em
uma natural reserva e instinto de rejeição não já diante do pecado, mas a
qualquer alusão indiscreta à sexualidade. Evidentemente esta disposição não é
devida a uma concepção falsa da sexualidade (se este afastamento instintivo se
devesse ao entendimento da sexualidade como pecaminosa em si, estaríamos diante
de uma consciência errônea e doentia), mas ao respeito delicado à sexualidade
(própria e alheia). “O pudor, diz Pio XII, não gosta de palavras torpes ou
menos honestas, e aborrece até a mais leve imodéstia; evita a familiaridade
suspeitosa com pessoas de outro sexo [ou
do mesmo sexo, no caso da atração pelo mesmo sexo, e isso se a familiaridade
for SUSPEITOSA, não qualquer familiaridade – observação nossa]; infundindo
no ânimo a devida reverência ao corpo que é
membro de Cristo (cf. 1 Cor 6, 15) e
templo do Espírito Santo (cf. 1 Cor 6, 19) (Sacra Virginitas, n. 40).
O pudor se alimenta do temor
filial de Deus, quer dizer, do amor que teme ofender a quem ama. Apóia-se,
também, na humildade. Quem quer ser puro, tem que ser também humilde; pois diz
Santo Agostinho: “... a virgindade... tem que vigiar-se para que não se
corrompa com a soberba... quanto mais [valioso] parece-me este dom, mais temo
não deva desaparecer pela soberba”. A muitos castos a soberba tem feito cair na
impureza.
5º
Equilíbrio geral
Do ponto de vista puramente
natural, é importante, também, manter uma boa higiene física, uma alimentação
equilibrada, exercício físico e descanso.
Evidentemente não bastam os
meios naturais; terá que recorrer também aos meios sobrenaturais, pois a
castidade é um dom de Deus. De maneira particular, terá que se apelar a:
1º
A oração.
Falando do dom da castidade,
diz São Jerônimo que “foi concedido aos que o pediram, aos que o quiseram, aos
que trabalharam por recebe-lo. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca,
acha. A quem bate, abrir-se-á (Mt. 7, 8)” (Comm.
In Matth. XIX, 11; PL 26, 135. Citado por Pio XII, Sacra Virginitas, n. 43).
E Santo Afonso ensina que não há meio tão necessário para vencer as tentações
contra a castidade, como a oração a Deus” (Prática
do Amor a Jesus Cristo, c. 17).
2º
Os sacramentos da Confissão e a Eucaristia
A oração se deverá acrescentar
a confissão frequente, que é medicina espiritual que purifica e cura. E também
a Eucaristia que foi chamada, neste sentido, “remédio contra a sensualidade” (Leão XIII, Enc. Mirae caritatis, do dia 28
de maio de 1902 – AAS 36, 641). A Eucaristia, recebida com as devidas
disposições, faz puros os corações, porque se recebe ao Autor de toda Pureza.
3º
A devoção à Virgem Santíssima
Por último, um meio excelente
para conservar a castidade (ou recuperá-la quando se perdeu) é a solida devoção
à Virgem Mãe de Deus. “Em certa maneira, dizia Pio XII, esta devoção contém em
si todos os outros meios; pois quem sincera e profundamente a vive, tem-se que
sentir impulsionado a velar, a orar, a aproximar-se do tribunal da Penitência e
ao Banquete Eucarístico.” (Sacra
Virginitas, n. 45).
Maria Santíssima é Virgem das
virgens e “mestra de virgindade”, com diz Santo Ambrósio (De institutione virginis, 6, 46; ML 16, 320). Santo Agostinho
escreveu que “pela Mãe de Deus começou a dignidade virginal” (Serm. 51, 16, 26; PL 38, 348). E São Jerônimo
assegurou: “Para mim a virgindade é uma consagração em Maria e em Cristo” (Epist. 22, n. 16; PL 22, 405). Por isso
sigamos os conselhos de São Bernardo: “Procuremos a graça, e procuremo-la por
Maria” (In nativitate B. Mariae Virginis,
Sermo de acquaeducto, n. 8; PL 183, 441-442).
Estes são os meios gerais.
Quando se trata de um vício fortemente enraizado, estes mesmos meios são os que
levam a desarraigá-lo, mas atuando energicamente e depois da repetição de
muitos atos. Só a prática virtuosa pode desarraigar um vício.
Se a impulsão para o vício já
roça o comportamento anômalo, pode suceder que tenha raízes físicas ou
psíquicas, e em tal caso, junto com os meios acima indicados, será necessário a
ajuda de um médico de visão clara e serena, que realize um exame clínico geral
e, de acordo com os resultados, indique alguns meios de ordem médica.
(extraído
de “O teólogo responde: respostas católicas a dúvidas e objeções dos homens do
terceiro milênio”, do Padre Dr. Miguel Ángel Fuentes, do Instituto do Verbo Encarnado)
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Obrigado apostolado Courage por trazer para nós, jovens no meio das tormentas do mundo moderno tão tocantes e firmes partes da doutrina Católica. Deus é com vocês, sempre.
ResponderExcluirObrigado, pedimos suas orações pela difusão do Courage no Brasil.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFelipe, escreva-nos no e-mail contato@couragebrasil.com.
ExcluirBom dia,como você mesmo disse,existe casos que será necessário a ajuda de um médico de visão clara e serena,mas qual médico procurar,pois existem muitos médicos e inclusive padres que dizem que a masturbação é importante para se conhecer o corpo.
ResponderExcluirSalve Maria! O Catecismo da Igreja Católica é claro quanto à masturbação ser pecado, e os padres que contrariam esse ensinamento estão errados e não devem ser ouvidos. Quanto aos médicos, é um profissional que presta um serviço, então é você que dita do que quer se livrar. Se o médico, psiquiatra ou psicólogo insistir, siga os princípios da Igreja e procure outro que tenha princípios sãos. Há bons médicos católicos ou mesmo cristãos com muito bons princípios, assim como padres que seguem plenamente o ensinamento da Igreja, basta a nós não ter medo e procurar.
ExcluirHá 1 semana eu trilho esse caminho honrado para a castidade, e venho obtendo sucesso graças a Deus que atende meus pedidos, graças a Jesus que se faz em mim na sagrada eucaristia, e por último a minha devoção a santíssima virgem Maria, nossa mãe que intercede ao Pai, através da oração de seu Rosário.
ResponderExcluirNão se abalem e continuem firmes irmãos, pois a vitória é nossa.
Espero que tenha conseguido se manter firme.
ExcluirExcelente postagem !! Muito me ajudou...
ResponderExcluirPasse uns 23 dias longe dessa desgrama! Agora, tão perto do Natal, eu me deixei levar novamente. Mas descobri que a raiz da minha fraqueza está na gula, enquanto combati uma a outra estava suprimida.
ResponderExcluirViver em castidade nos dias de hoje não é nada fácil porque esse mundo está muito erotizado e bagunçado. Mas com a confissão,EUCARISTIA e a devoção à Santíssima Virgem Maria podemos sim viver na castidade.
ResponderExcluirMasturbação não é algo tão horrendo como é sugerido,o que a igreja diz aos hormônios e ao fato de que é algo normal para a idade e muitas vezes ivoluntario que por causa de rigidez extrema (muito comum em meios religiosos) resultam em problemas psicólogicos?
ResponderExcluirAo contrário do que você diz, os problemas psicológicos advém exatamente de uma sexualidade desregrada. A masturbação é algo antinatural, já que o ato sexual é feito para ser realizado dentro de uma relação matrimonial entre homem e mulher. Buscar o prazer sexual por meio da masturbação é distorcer a finalidade do ato, e demonstra apenas a imaturidade da pessoa. A continência tem inúmeros benefícios comprovados por pesquisas efetuadas por médicos e psicólogos que não se rendem à ideologia moderna de busca desenfreada pelo prazer.
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