Qualidades do Pai
educador
Antes de falarmos de métodos de educação, temos primeiro que tratar do
problema da formação do educador, porque na educação, a pessoa do educador é
tudo. Não são “métodos” que formam e salvam a juventude, mas a presença de uma
forte personalidade que no esplendor de suas virtudes, na serenidade de seu
equilíbrio pessoal, na ternura de seu coração e na fortaleza dura e firme de
sua vontade pode apresentar-se ante as crianças e os jovens como a encarnação
viva de um ideal, cuja luz ilumina, cuja irradiação subjuga, cuja compreensão
eleva, cuja intimidade transforma.
Estamos vivendo uma época de técnicas materialistas, e nos
sugestionamos de tal modo, que cremos que o progresso material fará tudo na
vida, e estamos pagando caro por este erro, visto que a vida humana escapa
quase totalmente aos progressos materiais.
Nega-se a espiritualidade do ser humano, mas não basta negá-la para
que deixe de ser uma realidade. As negações são, frequentemente, posturas
intelectuais, porém não são a expressão de uma realidade. E a natureza se
defende contra essas negações mutiladoras da vida humana. Hoje em dia,
confia-se tanto nas técnicas de pedagogia, e nunca se escreveu tanto sobre as
crianças como nessas últimas décadas; e, contudo, nunca degenerou-se tanto a
educação nos Institutos e nas famílias.
Isto porque
faltam os princípios que regem a vida, e, sobretudo, falta o exemplo.
Assim como não se produz vida com maquinas, sabendo-se que ela só é
gerada por seres vivos, do mesmo modo a educação das crianças acontece ou através
do exemplo luminoso dos pais, ou não acontece.
Alguns Pais se enganam crendo que, pagando um bom Instituto de
Educação (quando o fazem), já cumprem e já se veem livres de todas as
responsabilidades concernentes à educação dos filhos. Não senhores! São seus
exemplos, e somente seus exemplos que importam. Aqui não só estamos falando de
evitar essas coisas que representam um atentado grave à moral: essas coisas que
muitos creem poder ocultar por um longo tempo e que as esposas sofrem em
silêncio, imolando-se ao egoísmo do Pai por amor aos filhos[1].
Não. Referimo-nos aos exemplos normais e simples, de todos os instantes, que
são os que verdadeiramente deixam traços.
Compreender esta necessidade do bom exemplo leva necessariamente a
entender que o Pai que quer ser um autêntico educador deve empenhar-se decididamente
por adquirir as virtudes que o farão educador. Vejamos que, enfim, não se educa
pela força das teorias, nem pela imposição dos caprichos, nem tampouco pelas
grandes dissertações, mas pelo exemplo quotidiano apresentado aos pequenos
homens que amanhã serão o espelho daqueles que o criaram.
[PAVANETTI, Pfarrer. Buch
Vaterschaft und Autorität, Februar 2001]
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar nosso blog
Abaixo você tem disponível um espaço para partilhar conosco suas impressões sobre os textos do Apostolado Courage. Sinta-se à vontade para expressá-las, sempre com respeito ao próximo e desejando contribuir para o crescimento e edificação de todos.