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sexta-feira, 22 de junho de 2018

[Esp] São Luiz de Gonzaga, exemplo de castidade e santidade


Nosso fundador, o padre John F. Harvey, que faria 100 anos de vida agora, insistia que no plano de vida espiritual para pessoas com atração ao mesmo sexo (AMS) deveria sempre haver uma forma de devoção aos santos. Muitos se perguntam: qual santo escolher? Houve santos com atração pelo mesmo sexo que eu possa seguir? Essa última pergunta leva a especulações infrutíferas, e muitas vezes tendenciosas. Com certeza houve santos com atrações indesejadas, que se santificaram mesmo assim, pois o que nos santifica é a graça de Deus, e todo cristão é chamado à santidade. No lugar de ficar se questionando sobre se é possível santificar-se tendo AMS, por que não se esforçar para ser esse santo, já que SIM, é possível, como a própria Igreja o afirma no Catecismo? E um exemplo de santo a ser seguido, como pedia o Padre Harvey, é S. Luiz de Gonzaga, grande exemplo de castidade, mortificação e caridade. Sigamos seus passos em nosso caminho de santificação! Coragem!





SÃO LUIZ DE GONZAGA



Meditaremos hoje sobre S. Luiz de Gonzaga, e veremos quais foram: 1º - a sua inocência; 2º - a sua mortificação; 3º - a sua caridade. Tomaremos depois a resolução: 1º - de nos santificarmos, por mais que custe, e para isto de perguntarmos muitas vezes a nós mesmos como faria S. Luiz de Gonzaga esta ação, esta oração, e procurarmos fazê-lo do mesmo modo; 2º - de evitarmos até as menores culpas, e de sermos fiéis à graça; 3º - de aspirarmos a nos mortificar e a amar a Deus cada vez mais. O nosso ramalhete espiritual será a palavra do Livro da Sabedoria a respeito da morte do justo na flor da idade: Tendo vivido pouco, encheu a carreira de uma larga vida (Sab 4, 13).

Adoremos a Deus, admirável nos seus santos; bendigamos a Deus principalmente por ter dotado S. Luiz de Gonzaga de uma virtude tão pura, tão encantadora, que a sua memória é abençoada por toda a Igreja, e de o ter elevado no céu a tão alto grau de glória, que Santa Madalena de Pazzi, a quem foi concedido contemplá-lo lá, somente dele falava com exclamações de admiração: Ó, que glória, dizia ela, é a de Luiz, filho de Inácio! Felicitemos ao mesmo tempo este amável santo pelas boas qualidades de que o enriqueceu a graça, e roguemos a ele que nos permita imitá-lo: porque, dizia ele, o melhor modo de honrar os santos é imitar suas virtudes.

PRIMEIRO PONTO


Inocência de S. Luiz de Gonzaga



Resultado de imagem para são luiz de gonzagaA inocência é como que o caráter próprio do nosso santo, e a primeira idéia que desperta a sua memória. A só aparência do pecado o assustava; e uma palavra pouco decente, cujo sentido não compreendia, proferida na sua infância, causou-lhe tão viva dor, que a primeira vez que disso se acusou caiu desfalecido a ponto de não poder concluir a sua confissão nesse dia. Toda a sua vida conservou disso tanta vergonha que não falava a esse respeito senão chorando e lamentando o que ele chamava o tempo de suas loucuras. Tinha sempre em vista o que era mais perfeito, media todas as suas palavras ao pé do santuário, vigiava todos os seus afetos para os moderar, dominava o seu gênio a ponto de reprimir os seus menores ímpetos, e tomava tanto a peito os seus deveres e exercícios de piedade, que até o intenso ardor da febre o não impedia de os cumprir. Cada semana confessava as suas imperfeições com tão viva contrição, que julgavam muitas vezes que ia expirar. Com maior razão, tomava todas as precauções contra o pecado. Chamado a exercer um importante cargo na corte, ele vigia continuamente sobre os seus sentidos, e emprega todos os meios de defender a sua virtude; mas confiando pouco em si, abandona a corte, e entra na Companhia de Jesus, onde conserva sempre uma modéstia nas suas vistas, uma discrição nas suas ações e palavras, e é tão exato na observância da sua regra, que pôde dizer, na hora da morte, que não se lembrava de a ter jamais violado. Finalmente, causava admiração a todos, ainda os mais velhos, que ficaram persuadidos, quando ele morreu, que tinha levado para diante de Deus a veste da sua inocência batismal. Entremos em nós mesmos, e nos comparemos, humilhemos e nos emendemos.

SEGUNDO PONTO


Mortificação de S. Luiz de Gonzaga


Imagem relacionadaTudo em S. Luiz de Gonzaga era mortificado: os sentidos, a imaginação, o gênio, o amor próprio. Reprimia os seus sentidos até se privar dos mais inocentes prazeres, não levantando os olhos na sociedade para ver sua mãe, nem nas igrejas para ver o ornato dos altares; e além disso, macerando o seu corpo com disciplinas. Tinha subjugado tanto a sua imaginação que pôde dizer: não me ocorre nenhum pensamento sem que eu o queira. Tinha refreado tanto o seu gênio, que nada podia perturbar a tranquilidade da sua alma, diminuir a sua mansidão, alterar as feições do seu rosto, e os que nunca o haviam conhecido julgavam-no nascido sem paixões. Tinha extinguido o seu amor próprio, conservando-se continuamente abismado num tão profundo desprezo de si mesmo que se olhava como a escória dos homens. Admirava-se de ter sido admitido na Companhia de Jesus, e não sei, dizia ele, o que ali farão de um miserável como eu. A estima dos homens lhe causava uma extrema dor, como um ultraje à verdade, e o seu desprezo uma alegria que lhe transluzia no rosto. Parecia-lhes que todas as ocasiões de se humilhar eram uma boa fortuna, e busca o opróbrio e a confusão como outros buscam a honra e a glória. Assim o nosso santo tinha mortificado tudo em si: era, como se exprime uma grande santa, um mártir desconhecido; evitava até afeiçoar-se às graças mais preciosas, para que só Deus possuísse todo o seu coração. Que lição para nós! Lembremo-nos da palavra da Imitação de Cristo: Só progredimos na perfeição quando nos violentamos (Im. 24, 11) e da de S. Luiz de Gonzaga: Não se ama a  Deus, não se tendo um ardente e contínuo desejo de sofrer por seu amor.

TERCEIRO PONTO


Caridade de S. Luiz de Gonzaga


Na idade de oito anos, Luiz de Gonzaga estava já, segundo o testemunho de S. Carlos e de S. Roberto Belarmino, adiantadíssimo nos caminhos da perfeita caridade. Desde então, a sua caridade foi sempre crescendo; e como quanto mais se ama a Deus, tanto mais se deseja conversar com ele, viram-no em breve passar na oração cinco horas consecutivas do dia, e uma parte das noites. No meio mesmo de seus estudos, conservava no fundo da sua alma a presença de Deus, e lhe permanecia amorosamente unido. O só pensamento da bondade divina o extasiava; a vista do crucifixo mantinha-o algumas vezes imóvel horas inteiras meditando nas chagas e Paixão de Jesus Cristo. Os tabernáculos encantavam ainda mais o seu coração. Diante desse monumento do amor divino, banhava o pavimento com as suas lágrimas, e sentia-se como preso a Jesus Cristo pelo amor, a ponto de se ver obrigado a suplicar-lhe que lhe permitisse retirar-se, quando a obediência o chamava a outra parte. Então retirava-se de corpo, mas ficava-lhe unido de coração, sem poder separar-se dele, apesar das ordens de seus superiores e dos esforços da sua obediência. Era principalmente durante o santo sacrifício que resplandecia a sua ardente caridade; e seria impossível exprimir as suas abundantes lágrimas à consagração, os seus transportes à comunhão, as santas expansões do seu coração quando dava graças. Envergonhemo-nos de estar tão longe deste amor, e confessemos que é porque pedimos poucas vezes a Deus o seu amor; é porque não fazemos com frequência os seus atos; é porque não meditamos bastante sobre os motivos de amor; é porque não conservamos, como convém, o fogo do santo amor, quando a graça nos chamou a isso

(Hamon, M. Meditações para todos os dias do ano. Lisboa: Livraria Lello & Irmão, 1945)


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