Dedicarmos inteiramente nossas vidas a Cristo, por meio do serviço ao próximo,
da leitura espiritual, da oração, da meditação, da direção espiritual individual,
da participação frequente na Santa Missa e do recebimento constante
dos sacramentos da Reconciliação e da Santa Eucaristia
(ORAÇÃO E DEDICAÇÃO)
SERVIR COM ALEGRIA
Com esse verbo
– servir – Jesus fez a sua autobiografia. Numa ocasião em que os
apóstolos disputavam sobre qual deles era o maior, Jesus se definiu a si mesmo
assim: O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e
dar a vida para resgate de muitos (Mt 20,28).
– Veio para servir aos desígnios redentores de seu Pai: O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra (Jo 4,34).
– Veio para
nos servir, dando a vida por nós: Ninguém tem maior amor do que
aquele que dá a vida por seus amigos (Jo 15,13).
- Servir
com alegria. E
geral, as pessoas acham que serão mais felizes recebendo do que dando.
Querem e pedem ser servidos − nos seus sonhos, desejos, gostos e ambições
– servidos pela vida, pelo mundo, pela sociedade, pelos demais. Não acham
sentido em fazer da vida um “serviço”. Dizem o contrário de Jesus: «Sai
daqui, eu não vim para servir, mas para me realizar».
Talvez por
isso haja tantos frustrados, infelizes e deprimidos. Não percebem que os
sonhos do egoísmo levam à destruição.
“Realização”?
Só procurando a plenitude do amor – que é dar e dar-se com alegria –, até
vibrar em uníssono com o bater do Coração de Cristo: Eu vos dei o
exemplo.
- Servir
como e em quê? Num livro publicado no ano 2000 [1],
procurei sugerir um exame de consciência sobre o espírito
cristão de serviço, que vou reproduzir, adaptado, a seguir.
Será que já
percebemos – perguntava nesse texto – a enorme capacidade inativa de
ajudar (portanto, de servir), que todos nós temos? Que acha se
pegássemos, para não ficarmos na teoria, um papel e um lápis e fizéssemos
uma lista – em quatro colunas – com as nossas possibilidades? Por exemplo, as
seguintes:
– Primeira
coluna: Pequenos serviços que eu poderia prestar, se fosse generoso, às
pessoas da minha casa (pensando em cada uma delas). Serviços materiais (ordem,
tarefas, compras, limpeza, atendimento da porta, recados, etc.) que eu poderia
fazer. Mais ajuda no estudo dos filhos. Auxílios mais profundos, de orientação,
de aconselhamento moral e espiritual, de formação nas virtudes, que poderia dar
e não dou…
– Segunda
coluna: Pequenos serviços que poderia prestar no meu ambiente
profissional, além do trabalho bem feito. Pense, com realismo, nos modos
possíveis de auxiliar, de facilitar e tornar mais amável o trabalho dos colegas
e subordinados. Será que eles podem contar comigo, se estão atribulados? Sabem
que estou disposto a ouvir, e por isso me confidenciam as suas dificuldades?
Confiam nas orientações que dou?
– Terceira
coluna: E no clube, no time, na turma de pescadores, na do mountain-bike,
na dos integrantes da banda, na dos grupos de oração ou de preparação para os
Sacramentos, será que não poderia ser mais prestativo, ter mais iniciativas,
ser um apoio maior, dar mais o couro quando é preciso preparar
festas, natais, quermesses, e outros bons
momentos?
– Quarta
coluna: E com os necessitados, com os que sofrem? Que faço? Digo que
não posso fazer quase nada, a não ser dar esmolas e, de vez em
quando, uma contribuição para o orfanato e o dízimo na igreja? Digo que não
sei falar, ensinar, dar aula e, por isso, não posso prestar serviços?
Mas… posso visitar doentes. Posso fazer visitas a algum hospital ou asilo.
Posso prestar algum serviço social (uma vez por semana, uma vez por mês…),
baseado nos meus conhecimentos profissionais (assessoria jurídica gratuita,
assistência médica ou dentária, assistência em informática, assistência técnica
para a construção de casinhas populares, aulas de complementação, etc, etc).
Há, sem
dúvida, outras colunas, que cada qual poderia descobrir sozinho e preencher;
mas sejam quantas forem, o que importa é tirar agora propósitos concretos de
servir mais, muito mais, conscientes de que assim daremos as alegrias que devemos aos
outros, e ao mesmo tempo, o nosso coração irá ficando mais cheio de alegria.
Como o salmista, entenderemos o que é servir com alegria, e o nosso
coração entrará com júbilo na presença do Senhor.
Trecho do
nosso livro O espelho dos Salmos, Quadrante 2019
[1] A inveja, Ed. Quadrante, pp. 48-50
(o artigo
original pode ser encontrado aqui)
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