Especialistas Afirmam:
Crianças “Transgênero” Precisam do
Amor e da Verdade
A Conferência Internacional do Courage e do Encourage enfrenta uma questão difícil.
Da esquerda para a direita: Diácono Patrick Lappert, um médico que serve como capelão do Courage, o Bispo Carl Kemme e o Bispo John LeVoir (Foto Cortesia/Courage) |
Existem boas notícias para os pais católicos e outros que lidam com alguém que se identifica como transgênero em sua família.
É o que disseram vozes de liderança católica sobre as polêmicas questões de identidade de gênero, na Conferência Internacional do Courage e EnCourage, que ocorreu neste mês de julho no campus da Faculdade Beneditina de Atchinson, Kansas.
“Se você acaba de saber que seu filho(a) se identifica
como LGBTQ+, você não está sozinho”, disse a organização via Twitter ao iniciar
sua Conferência de três dias em 15 de julho.
O Courage trabalha com homens e mulheres que sentem
atração por pessoas do mesmo sexo e que compartilham cinco metas: castidade,
oração, companheirismo, apoio mútuo e ser bom exemplo aos demais. O EnCourage
trabalha com famílias de pessoas “LGBT”, oferecendo espiritualidade,
informação, auxílio para relacionamentos, assistência e testemunhos.
Líderes desta organização de 41 anos e palestrantes
nacionais que participaram da conferência sentaram-se conosco (os jornalistas)
para discutirmos exatamente o que as famílias deveriam fazer quando uma criança
questiona o seu sexo biológico.
Seu conselho encontrou ouvidos em palestras aos mais de
700 participantes da Conferência, incluindo os 480 que integraram sua
modalidade on-line, representando os 5 continentes, mais de 20 países e quase
todos os estados dos Estados Unidos da América.
A prevenção positiva é a primeira tarefa das famílias
católicas, diz o diretor executivo do Courage, padre Philip Bochanski.
“A cultura dos nossos tempos traz a ideia de que
podemos ser do sexo que não somos, primeiramente porque não entendemos o que há
de bom no sexo a que pertencemos”, afirmou. “Fale corajosamente sobre o que
significa ser um homem, por que é bom ser uma mulher, e o modo que os sexos se
complementam de uma maneira benévola, sendo bons um para o outro”.
O tema da conferência deste ano, “São José: Modelo de
Amor Corajoso”, concedeu aos seus palestrantes a oportunidade de abordar a
complementaridade dos sexos.
O bispo emérito John LeVoir, de New Ulm, Minnesota -
um dos 4 bispos presentes - apontou, “o vínculo entre José e Maria é o que
Nosso Senhor presenciou. Essa é a formação que ele experimentou. Nós
podemos apreciar de fato essa formação”.
Greg Bottaro prosseguiu aprofundando no tema. O diretor
do Instituto de Psicologia CatholicPsych disse aos presentes que toda família
precisa de um pai e uma mãe. “Todos nós precisamos de Jesus”, frisou, “e todos
precisamos do pai e da mãe de Jesus”.
Gregg Bottaro discursa durante uma sessão da Conferência Internacional do Courage |
O tema entusiasmou os participantes. “Eu vou à Conferência do Courage anualmente, para renovar-me espiritualmente e me reunir com a família” disse Garrett (que não quis identificar seu sobrenome), um membro da célula de Washington, D.C, do Courage. “Mas na conferência deste ano eu também cheguei a conhecer melhor meu pai espiritual, o Glorioso São José”.
O Que Dizer a Uma Criança
Mas o que farão o pai e a mãe quando uma criança
flerta com a ideia de ser transgênero? O rol de especialistas presente na
conferência apresentou conselhos incisivos.
“O ponto inicial é o que São Paulo disse aos Efésios:
Diga a verdade com amor”, disse o padre Bochanski.
“Você não deve usar a verdade como porrete”, afirmou.
“Não se torne deliberadamente agressivo ou provocativo. Mantenha a comunicação
na família, o que inclui não apenas comunicar-se com o ente querido que está
passando por disforia de gênero, mas com o restante da família”.
O que você disser significará muito, disse o diácono e
doutor em medicina Patrick Lappert, capelão do Courage e cirurgião de plásticas
reconstrutivas no Alabama. O diácono passou 24 anos na marinha americana como
cirurgião reconstrutivo, exercendo a mesma profissão por 15 anos como civil.
Com crianças pequenas, “se você demonstra amor
enquanto insiste na verdade, mais de 80% delas entenderão. Se você der
mensagens de afirmação, 100% delas vão persistir. O que a família diz é de
importância crucial”.
Mary Rice Hasson, do Centro de Ética e Políticas
Públicas, fundou o Projeto Pessoa e Identidade em Washington, D.C., para ajudar
pais a lidar com esses tipos específicos de questão.
Hason reiterou que, ao falar com uma criancinha com
crise de identidade de gênero, é preciso estar atento para perceber a quem a
criança está dando atenção. Às vezes é a um conselheiro, ou um professor, mas
provavelmente alguém está influenciando-a.
“À criança foi dada essa rota como um suposto caminho
da felicidade”, ela disse. “Os menores estão aprendendo e vão sentir-se livres
pra dizer coisas como ‘meus pais são transfóbicos’. Uma coisa que é importante
aos pais é afirmar para a criança que vocês a amam”.
Mas os pais devem esperar uma alarmante e incômoda
resposta das vozes promovendo o transgenderismo, constataram os palestrantes.
“Você quer um filho vivo ou uma filha morta?”, é o tipo de mensagem que eles
direcionam aos pais.
Muitas vezes, os pais creem precisar responder com a
mesma intensidade. Não é aconselhável, diz Hasson.
“Remova a questão da urgência da conversa. Diga: ‘Vamos pensar'". “Resista ao plano que eles estão empurrando às
crianças. É como um ‘script’ que muitas dessas crianças têm. Para quebrar tal
dinâmica, os pais que foram bem sucedidos disseram: 'Espere um pouco.' "
Um bom tema para se conversar é falar sobre saúde física,
diz Hasson. Será preciso antes achar um pediatra de confiança.
Mas, conforme o diácono Lappert, “o que você diz aos
pais e aos entes queridos tem muito a ver com a idade da pessoa a quem você se
dirige”.
“Quando a criança chega à adolescência ou vira um jovem adulto” a estratégia é diferente, disse ele. Por exemplo, talvez não seja necessário reafirmar em que você acredita. “Presumivelmente, eles já o sabem. Nesse momento, coloque tudo de lado e foque no relacionamento com eles”, disse. “As pesquisas apontam que, quando o relacionamento com os pais é mantido, o mau comportamento sexual diminui”.
Entenda o Plano de Fundo
O diácono de Alabama disse que, lidando com qual seja
a idade, é importante conhecer os dados científicos.
“Os opositores vão afirmar ter a ciência a seu lado, mas o que eles realmente têm é o nível mais rasteiro de evidências científicas”,
afirmou. “A literatura internacional está demonstrando exatamente o oposto. O
Hospital da Universidade Karolinska em Estocolmo abandonou os bloqueadores de
puberdade”, exemplificando, conjuntamente com a Holanda, a Finlândia e a Alta
Corte de Londres.
O que é importante é dirigir-se não apenas aos
sintomas, isto é, a disforia em si, mas às feridas por trás delas, disse Hasson.
O transgenderismo é “socialmente contagioso para algumas crianças em especial porque elas são vulneráveis e tem problemas preexistentes. Elas
já possuem complexo de inferioridade”, disse, citando um estudo mostrando que
pessoas jovens com disforia de gênero possuem altos índices de trauma emocional
e abuso físico ou mesmo sexual, em casa ou fora.
Para esses indivíduos feridos, a comunidade "LGBTQ" oferece uma nova página em suas vidas.
“Não é apenas uma modinha para estudantes do Ensino
Médio, embora exista um pouco disso”, disse Hasson. “É algo que traz
um apelo tremendo a um coração machucado: ‘eu posso ter um futuro que vale a
pena. Eu posso conseguir me afirmar’”.
“As pessoas passam por um isolamento radical vivendo no mundo em que nós vivemos”,
disse o diácono. “Existe um desejo profundo por viver em comunidade. O tratamento transgênero
oferece esperança. Nós dizemos a eles que vamos afastar a dor de estarem socialmente isolados”. Mas então a verdade do programa se revela, com os bloqueadores de
puberdade, depois as cirurgias estéticas e a mudança facial. “Apesar de tudo,
dentro de 5 a 7 anos, há um retorno da taxa de suicídio para os 40% iniciais, o
que é 19 vezes a taxa de suicídio da população mundial”.
Tudo retorna a São José, disse o padre Bochanski. O
santo encontrou a felicidade não servindo aos seus desejos, mas servindo a
Jesus e a Maria.
“Nós tornamo-nos quem somos somente quando nos
doamos”, afirmou. “É o dom de si que nos mostra quem realmente somos”.
TOM HOOPES é um escritor que reside no Benedictine College em Kansas.
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