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sexta-feira, 10 de maio de 2013

[QSH] A procura do prazer justifica as relações sexuais homossexuais?


NÃO! A busca pelo prazer nas relações sexuais não justifica as relações sexuais de qualquer natureza, sobretudo, não justifica as relações sexuais entre indivíduos do mesmo sexo. É preciso não perder de vista que a Lei Natural demonstra por si mesma que a sexualidade foi criada para o fim da reprodução. É em vista da reprodução da espécie que Nosso Senhor desejou que o homem realizasse o ato sexual e colocou o prazer a serviço deste tão somente para motivar a manutenção desta prática para o seu fim legítimo.

Atualmente impera entre as pessoas a idéia de que o prazer sexual justifica as relações sexuais de qualquer natureza. Dizem que por haver prazer sexual, então a relação sexual é licita fora dos limites estabelecidos pela doutrina moral da Igreja, especialmente no que tange às relações homossexuais.

Ora, é preciso compreender o papel do prazer na ordem da sexualidade, para que possamos compreender qual o seu verdadeiro papel segundo os planos de Deus para a sexualidade do homem. O Catecismo da Igreja Católica sobre isso ensina o seguinte: 
“Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana, significam e favorecem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem com o coração alegre e agradecido. A sexualidade é fonte de alegria e de prazer, o próprio Criador estabeleceu que nesta função (isto é, de geração) os esposos sentissem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes destinou. Contudo, os esposos devem saber manter-se nos limites de uma moderação justa” (CIC,§ 2362, grifos nossos).
Portanto, o prazer existente nas relações sexuais é apenas um estímulo para que o ato de geração se tome mais atraente e os cônjuges se sintam motivados a perpetuar a espécie. São também uma compensação para as responsabilidades que a prole acarreta, portanto, como ensina o Catecismo, gozar do prazer dentro da lógica que Deus pensou a sexualidade, ou seja, para a reprodução, não tem nada de mal.

Porém, como podemos observar, o Catecismo ensina que os casais devem procurar este prazer dentro dos limites de uma moderação justa, exatamente porque o prazer não é o fim em si do matrimônio.

Acontece, porém, que uma prolongada erosão da moralidade preparou o caminho para que a atividade sexual fosse desvinculada da procriação e concebida apenas como um prazer egoísta. O Papa Pio XII fala sobre isso na sua alocução aos esposos cristãos em 1951, reproduzida por nós aqui. Inverteu-se o valor e a hierarquia dos bens vinculados ao matrimônio, de modo que deu-se ao prazer uma primazia que não lhe era devida.

A descoberta e a ampla difusão dos anticoncepcionais, sobretudo da pílula, muito embora condenados pela Humanae Vitae do Papa Paulo VI, facilitou essa desvinculação, deflagrando a "liberação sexual", a procura do prazer sem qualquer compromisso. A sexualidade passou a ser vivida tendo o prazer como regra de satisfação e justeza ou mesmo sem qualquer regra.

Transformar assim o prazer no princípio que norteia a vida humana corresponde ao hedonismo, erro difundido por filósofos antigos e modernos. O hedonismo confunde prazer com bondade ou subordina o bom ao prazer, subvertendo assim a ordem moral e envenenando a própria fonte da moralidade. Aceitando-se a afirmação falsa de que o prazer justifica a prática sexual, qualquer tipo dessa prática se torna justificável, mesmo que se trate de aberração contrária à natureza, como a prática dos atos homossexuais.

O sexo não deve ser procurado pelo prazer que proporciona e sim, para realizar o plano para o qual Deus o criou para o homem, ou seja, a procriação e em submissão a isso, a união do casal através do amor recíproco. O prazer sexual é aceito dentro desta dinâmica, mas não buscado como fim em si mesmo.

Como o prazer sexual  só pode ser aceito dentro da dinâmica do cumprimento dos fins do matrimônio, ou seja, a procriação e educação dos filhos, portanto só podem ser aceitá-lo um casal formado por um homem e uma mulher. Assim, as  relações homossexuais, por  não estarem ordenadas para este fim,  não são licitas em si mesmas, muito menos em relação ao pretenso prazer que proporcionam.

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