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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

[Esp] Venerável Matt Talbot e o celibato



O Venerável Matt Talbot, que morreu em 1925, é considerado por muitos como padroeiro daqueles que lutam com algum vício. Sua vida foi marcada precocemente pelo alcoolismo e sua conversão, a qual se deve muito às orações de sua mãe, o fez levar posteriormente uma vida de oração e penitência, tornando-se exemplo para muitos de seus colegas operários. Marcante também é sua vida solitária como celibatário, jamais infeliz, mas sempre ao serviço de Deus e das almas. Transcrevemos aqui, para aqueles que se sentem desanimados, talvez por terem de enfrentar um celibato não escolhido, um trecho do livro Matt Talbot, por Dom Frei Henrique Golland Trindade, O.F.M. Reiteramos que, como apostolado de apoio espiritual, o Courage não é um grupo de reparação sexual, a qual as pessoas são livres para procurarem se, onde e quando quiserem. Grande parte de nossos membros, no entanto, vêem o celibato como possibilidade frutuosa para suas vidas, e é por isso que transcrevemos aqui essa passagem da vida desse santo homem, que viveu o celibato no mundo.



MATT TALBOT E O CELIBATO



Se bem que Matt nunca tivesse pensado seriamente em casamento, como já vimos, contudo, nunca tinha feito voto ou tomado qualquer compromisso definitivo a esse respeito.

Foi pelo ano de 1892 que ele manifestou, claramente, a sua resolução generosa de nunca se casar: seria sempre um verdadeiro ermitão: um autêntico solitário.

São Paulo, que chama ao matrimônio de “grande sacramento”, louva, contudo, o estado de virgindade, dizendo quanto ela agrada a Deus N.S. - Aliás, se não assim não fora, não teria o apóstolo ardente do Evangelho deixado o seu exemplo aos homens de perfeita virgindade e muito menos o Mestre divino Jesus Cristo.

E se há homens que não compreendem a possibilidade e sublimidade desse estado que nos torna semelhantes aos anjos, não é para admirir. Jesus Cristo disse claramente que nem todos compreenderiam esse sacrifício. E São Paulo francamente declara que os homens carnais não percebem as coisas do espírito.

Matt Talbot, que vivia com o coração nas alturas, facilmente compreendeu o valor desse estado que dá aos homens a verdadeira e a mais elevada liberdade dos filhos de Deus.

Foi justamente quando ele trabalhava na construção da casa de um clérigo protestante que se ofereceu ocasião para que Matt tomasse uma resolução definitiva. E não nos parece isso simples coincidência. Talvez visse, então, o operário com os próprios olhos o embaraço que a vida de família pode causar a quem quer viver só para Deus e para as almas. Talvez compreendesse, então, mais perfeitamente, o porquê do celibato que a Igreja impõe àqueles que voluntariamente querem ser seus ministros.

O fato foi, assim, contado pela própria mãe de Matt. A jovem cozinheira do pastor protestante ficou encantada com as maneiras modestas e dignas do operário. Não era como os outros trabalhadores, que não respeitavam, que gostavam de dizer graças à cozinheira e às outras raparigas. Católica, piedosa, séria, vendo a linha que Matt conservava sempre, teve coragem de lhe falar, respeitosamente, em matrimônio. Disse-lhe também que possuia boas economias, com as quais e com o seu trabalho poderiam viver honestamente com certo conforto.

Matt não a repeliu logo, pois que notou as boas intenções da piedosa donzela. Disse-lhe que faria uma novena, depois da qual lhe daria uma resposta.

De certo, foi a novena à Mãe querida do céu, que o ajudara já visivelmente em outras dificuldades, mas principalmente em sua mudança de vida.

Mas, terminada a novena, Matt estava mais resoluto do que nunca: queria continuar a sua vida solitária de penitência. É um fato: quem experimentou a renúncia silenciosa, já não pode viver sem ela.

E Matt declarou à moça a sua resolução generosa.

Ela, de certo, ouviu, se não com alegria, com espírito de fé, ao menos. Que N. S. o abençoasse. E eles se separaram para sempre.

Sua resolução ficou inabalável até ao fim.

Quando gracejavam com ele os companheiros, perguntando-lhe quando casaria, o solitário respondia, com certa graça, para não revelar os seus segredos, que o casamento atrapalharia a sua vida.

E a boa mãe também contava que Matt confiara a um de seus amigos íntimos, que fora a “Virgem Maria que lhe dissera um dia de viver sempre em virgindade”.

Feliz a alma cristã que se deixa levar assim, pela direção toda maternal de Maria Santíssima.



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