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quarta-feira, 25 de julho de 2018

[AC] Os Doze Passos do Courage

DOZE PASSOS: CAMINHO DE SANTIDADE



Doze passos? Não quero saber, isso é para doentes. Você estão falando de "cura gay", é isso? Como esclarecemos neste artigo, os Doze Passos passos foram escritos, inicialmente, para auxiliar as pessoas que lutam com a dependência física e emocional ao álcool. Posteriormente, diversos trabalhos e apostolados se utilizaram dele, com a permissão do AA e de maneira adaptada. Dizer que o Courage se inspira nos Doze Passos não significa que nós vemos a AMS (atração pelo mesmo sexo) como uma doença ou um vício. O modelo dos Doze Passos que utilizamos é um caminho de santidade, pode ser útil para qualquer pessoa de maneira particular que busque superar suas inclinações desordenadas. O artigo original pode ser conferido aqui.






O Padre Harvey e os primeiros membros do Courage tiraram muita inspiração dos famosos “Doze Passos” dos Alcoólicos Anônimos, e acharam essa abordagem muito útil em sua busca para alcançar as Cinco Metas do Courage. Muitos grupos do Courage (embora nem todos eles) usam os Doze Passos para focar seus esforços, tanto como indivíduos quanto como grupo, em crescer na auto-compreensão e na santidade.

Há muitas ligações entre os Doze Passos e uma abordagem espiritual católica para o crescimento na virtude. Os primeiros três passos, por exemplo, encontram a resposta para a fragilidade humana (“Admitimos que éramos impotentes...) numa completa rendição ao poder amoroso e à providência de Deus (“Viemos a acreditar” e “Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus.”) Esses passos ecoam o sentimento expresso por São Paulo em sua II Carta aos Coríntios: “Mas Ele [Deus] me disse: Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. ... Eis porque sinto alegria nas fraquezas... Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte.” (II Cor 12, 9-10).

Os quatro próximos passos falam da importância de se reconhecer e admitir a própria pecaminosidade. A poderosa natureza íntima dos pecados envolvendo a sexualidade – a fornicação, a pornografia, a masturbação, a luxúria – frequentemente conduzem uma pessoa que está presa a esses pecados a experimentar grande vergonha, a qual conduz a um isolamento que torna muita difícil para a pessoa se afastar desses pecados. Uma liberdade tremenda sobrevém quando alguém se responsabiliza pelos próprios pecados – de maneira sacramental, na Confissão, mas também em conversas honestas com amigos íntimos – e quando se arrepende deles. Essa liberdade interior é o ponto de início para uma integridade renovada e para uma habilidade de enfrentar as provações e tentações com paz e perseverança.

Nossos pecados não afetam somente a nós mesmos, e por isso os passos 8 e 9 nos apelam a reconhecer o impacto que decisões pecaminosas tiveram sobre outras pessoas. A vontade de buscar o bem dos outros e de reparar o dano que os nossos pecados causaram é um poderoso antídoto para o egoísmo inerente da luxúria e dos pecados sexuais. Algumas vezes essa caridade se manifesta em conversas curativas e em relações renovadas com os membros da família e amigos. Em outros casos, ela assume formas mais indiretas, tais como orações para seus entes queridos falecidos ou intercessão pelas outras pessoas que estão presas pela cultura da luxúria e promiscuidade desenfreadas na sociedade secular de nossos dias.

O décimo passo nos recorda que a batalha pela santidade e pela virtude da castidade deve ser enfrentada diariamente, e o décimo-primeiro passo propõe a constante oração e meditação sobre a vontade de Deus como o fundamento de todos os nossos esforços. Os Doze Passos se concluem da mesma maneira que as Cinco Metas: com um chamado para alcançar outras pessoas dando bom exemplo e oferecendo um convite a experimentar em primeira-mão a liberdade e a paz que a fraternidade do Courage e o seu plano espiritual podem proporcionar.

Historicamente, os doze passos foram escritos para auxiliar as pessoas que lutam com a dependência física e emocional ao álcool. Dizer que o Courage se inspira nos Doze Passos não significa que nós vemos a AMS (atração pelo mesmo sexo) como uma doença ou um vício, embora alguns de nossos membros lidem com questões de desintegração sexual tais como fixação compulsiva à pornografia ou ao comportamento promíscuo. O modelo dos Doze Passos pode ser útil a essas pessoas de uma maneira particular, e os seus princípios espirituais subjacentes certamente estão em harmonia com as Cinco Metas que todos os nossos membros buscam alcançar juntos.




Um comentário:

  1. Muito bonita essa postagem. O primeiro passo de qualquer pecador, e não apenas daquele que tem feridas na sua afetividade e na forma como concebe sua sexualidade, é reconhecer-se pecador e fraco diante de Deus, o seu Senhor. A esse pecador sincero, inevitavelmente Deus socorre. Inevitavelmente! O seu itinerário de libertação pode até ser longo, às vezes penoso, certamente marcado por quedas aqui e ali, eventualmente quedas muito próximas umas das outras... Mas importa não desanimar de si, porque o próprio Deus não desanima de você que está lutando. Ele não vai largar seu soldado agonizando ferido e sozinho no campo de batalha. Não, Ele socorre! Ter paciência consigo. Não se impacientar com a demora. Ter ESPERANÇA, jamais perdê-la, e ter certeza de que não se trata de esperar por uma quimera, uma fantasia, um devaneio: não! É a esperança em algo real, verdadeiro, possível, que se aproxima: a libertação completa, com a conversão dos desejos, ou ao menos viver em paz sem ser molestado pela neurose sexual da AMS. Dias, meses, anos, talvez uma década, Deus o sabe. Enquanto se trilha esse caminho de libertação gradual, porém efetiva e consistente, importa procurar fazer a "higiene" do coração, reconhecer imediata e sinceramente quando a malícia começa a espreitar e orientar os atos e as intenções, e assim manter-se, vigilante, sóbrio, porém tranquilo e com os olhos postos nAquele que morreu por cada homem, por cada alma, com ou sem AMS, para que viva plenamente.

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